O Maracanã tem que ser nosso: acuado, Sérgio Cabral cede às pressões populares

12/08/2013 15:07 Política

Um Maraca com amplos setores populares e com ingressos a preços acessíveis. Esse é o sonho e a defesa de vários setores da sociedade civil e, principalmente, de integrantes do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, organização que convocou mobilizações contra a demolição dos prédios do entorno do Maracanã.

“Exigimos que o histórico Estádio Mario Filho, após ser descaracterizado de forma criminosa, possa receber novamente todo torcedor brasileiro, independente de poder aquisitivo ou classe social”, escreveu em nota , o Comitê. Esse desejo do povo carioca pode virar realidade já que o governador Sérgio Cabral (PMDB) sinalizou que a concessão do estádio está “em suspenso” .

Uma série de mobilizações populares pressionou Cabral a desistir da demolição do Parque Aquático Julio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros, da Escola Friedenreich e da Aldeia Maracanã. No local destes prédios seriam construídas lojas e prédios-garagem que gerariam lucro de R$ 19 milhões anuais à Concessionária Maracanã S/A.

“As ruas decidiram num verdadeiro tribunal popular. É muito simbólico o retorno dos indígenas para a Aldeia Maracanã. Agora, vamos colocar em prática, junto com a sociedade e com os movimentos sociais, o projeto de um ponto de cultura. Essa é uma vitória única na história desses 513 anos de massacres das populações originárias” , disse Urutau Guajajara, uma da lideranças.

A queda de popularidade (12% de aprovação de Cabral, segundo levantamento CNI/Ibope) fez soar o alarme no Palácio das Laranjeiras. Desgastes sucessivos com a Polícia Militar (PM), que reprimiu brutalmente manifestações, e denúncias de improbidade administrativa provocaram uma verdadeira reviravolta nas ações do poder público. Foi uma sequência de recuos: o entorno do Maracanã será preservado, o comando da PM foi alterado, o uso de helicópteros regulamentado e, por último, o quartel general da PM não será mais vendido.

Maracanã público e popular

Cabral já declarou publicamente a possibilidade de suspensão da concessão do Estádio e retomada da gestão pública. Ele deu 20 dias para o Consórcio Maracanã, composto por Odebrecht, IMX e AEG, decidir se tem interesse em continuar à frente do estádio. Relutando contra a ideia de abandonar o projeto, o Consórcio informou que “vai encontrar uma alternativa à sua viabilização e continuidade, após a resolução do governo de manter tanto a escola, como o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio de Lamare” .

Segundo o consórcio, os custos mensais do estádio giram em torno de R$4,1 milhões. Em contrapartida, o consórcio pagaria R$ 5,5 milhões por ano ao governo para lucrar por 35 anos com o estádio. Só que as seguidas reformas do Estádio consumiram R$1,2 bilhões de reais de dinheiro público. Segundo o Comitê Popular da Copa, o consórcio pagaria menos de 15% do que foi investido em obras.

Uso de helicópteros

Cabral também foi denunciado por utilizar helicópteros do estado para transportar sua famílias nos fins de semana para Mangaratiba. Para amenizar críticas, na última segunda-feira (5), um decreto regulamentou o uso da aeronaves. Agora, elas poderão ser usadas somente em “atividades próprias dos serviços públicos” . Pelo decreto, três das sete aeronaves que serviam ao primeiro escalão serão cedidas para o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil. O decreto, porém, não cita diretamente a proibição do transporte de parentes. Segundo denúncia, os helicópteros costumavam transportar a esposa de Cabral, seus filhos, as babás e até o cachorro Juquinha.

 

Fonte: Brasil de Fato

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