Brasil dá volta por cima, atropela Rússia e vai à semi do Mundial de vôlei

17/09/2014 16:42 Esporte
FIVB
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Na raça, a seleção brasileira masculina de vôlei conseguiu superar adversidades, bateu fácil sua maior rival, a Rússia, pela segunda vez consecutiva, e garantiu sua participação nas semifinais do Mundial de vôlei. O triunfo por 3 sets a 0 (25-22, 25-20 e 25-21) em Lodz foi o suficiente para garantir o avanço.

O time verde e amarelo voltou a quadra menos de 24 horas depois de ser derrotado pela Polônia em um desgastante jogo de cinco sets e 2h16min de duração. Caso perdesse para os russos, o time de Bernardinho estaria fora do torneio. Mas não tomou conhecimento do rival.

A última vaga será definida na quinta, às 15h45 (horário de Brasília), entre os arquirrivais Polônia e Rússia. Os poloneses precisam vencer apenas dois sets para se classificar. O Brasil volta a jogar no sábado, em horário ainda indefinido, já que precisa esperar o outro resultado do grupo. O adversário na semi pode ser França, Alemanha ou Irã, que decidem o outro triangular.

A equipe de Bernardinho veio cansada após o longo jogo contra os poloneses e com dois jogadores fisicamente em condições débeis, Wallace e Murilo, indo para o sacrifício. O primeiro sofria com uma entorse no tornozelo esquerdo e até participou de alguns momentos da derrota pra Polônia. Já o ex-capitão da equipe nem foi relacionado na terça.

A vitória que mantém viva a chance brasileira do inédito tetracampeonato mundial ocorreu horas depois de a FIVB (Federação Internacional de vôlei) se manifestar publicamente contra o mau comportamento do time após a derrota para a Polônia. Não detalhou qualquer tipo de punição. O único fato concreto que a entidade falou sobre a atitude antidesportiva foi o fato de Bernardinho e Bruninho não terem aparecido para a coletiva de técnicos e capitães.

Fases do jogo
Com Murilo em quadra, os erros de passes vistos na derrota para a Polônia praticamente desapareceram. O Brasil não tinha um bom aproveitamento nos saques e errava muito, mas a Rússia também. E quando a bola chegava redonda para a recepção dos dois times, os brasileiros é que trabalhavam melhor. Com Wallace inspirado e um time vibrante, o Brasil comandou o placar do primeiro set o tempo todo. Mesmo com pequena vantagem, em nenhum momento perdeu a cabeça.

O Brasil começou bem o segundo set, se aproveitava dos seguidos erros russos e chegou a abrir vantagem de três pontos. Mas, assim como nas parciais contra a Polônia, teve momentos de baixas que custaram pontos seguidos e chegou a levar a virada no 13 a 12. A parcial foi de muitos erros. Os bloqueios praticamente inexistiam e não apareciam, principalmente os do Brasil. Aos poucos, o time colocou a cabeça no lugar e parecia bem mais vibrante do que o time europeu, que errava mais. Na base de boas defesas de um ataque rival perdido, o Brasil depois que voltou à frente não saiu mais.

O terceiro set foi o que o Brasil começou pior. Com erros de saque e ataque, deixou os russos abrirem três pontos de vantagem no começo. Se recuperou e virou no 11 a 10. Depois disso, só deu Brasil com facilidade.

O melhor: Wallace. Visivelmente mais confiante do que na terça-feira. Saltava muito e cravava quase todas as bolas. Virou a bola de segurança. Estava bem mais vibrante do que em outras partidas.

O pior: Muserskiy. O gigante russo de 2,18 m teve atuação apagadíssima. Fora nos bloqueios, não funcionou quase em nada. Errou muitos saques, alguns feios, batendo na parte debaixo da rede.

Toque dos técnicos
No primeiro set, mesmo com Wallace sendo o maior pontuador brasileiro e o mais acionado, o tirou em determinado momento para colocar Leandro Vissotto. Fez o mesmo com Bruninho, que deixou a quadra para a entrada de Raphael. O ritmo foi o mesmo.

No segundo, colocou Lipe em certo momento somente para o saque. E em um bom serviço do ponteiro, o time voltou a ficar dois pontos à frente do placar e a partir dali teve maior tranquilidade. Fez o mesmo no terceiro set e deu certo de novo.

Para lembrar
Alguns jogadores do Brasil estavam visivelmente mais vibrantes do que são nos jogos, como Wallace e Murilo, os que jogaram no sacrifício. Mais frios, estavam ligadões e com muitas caretas e gritos.

Na mesma coletiva em que criticou o comportamento dos brasileiros na derrota para a Polônia, a FIVB se pronunciou pela primeira vez sobre a mudança de tabela que prejudicou os brasileiros quando tiveram as datas de seus jogos alteradas e o time da casa é quem ficou com a regalia de fazer duas partidas com um dia de descanso.

"Muito fácil (responder sobre isso). O comitê tinha previsto isso, mas em 24 horas você pode mudar tudo. É uma condição geral. No Brasil você pode escolher quando quer jogar, no Japão também, e é o mesmo aqui. Nós estamos na Polônia. A Polônia pediu, e a Polsat (detentora dos direitos de transmissão no país) também. Às vezes você tem sorte, outras vezes tem azar", disse o vice-presidente da FIVB, Aleksandar Boricic.

 

Fonte: José Ricardo Leite/UOL

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