Elenco treina normalmente, mas avisa: sem apoio, jogadores deixarão o clube

20/08/2014 17:23 Esporte
Itaporã e Estrela do Norte jogando no estádio Chavinha pela Série D. (Foto: Aislan Nonato)
Itaporã e Estrela do Norte jogando no estádio Chavinha pela Série D. (Foto: Aislan Nonato)

A novela "Itaporã na Série D" ganhou novos capítulos, mas o desfecho dessa história ainda parece distante e nebuloso. Depois que jogadores expuseram o fato de estarem há 50 dias sem receber salários, inclusive com ameaça de abandonar o torneio, na manhã desta quarta-feira, o grupo optou por treinar normalmente nesta tarde.

Daniel Medeiros, diretor da empresa que cedeu jogadores ao clube por meio de uma parceria, confirmou por telefone ao GloboEsporte.com que uma folha salarial não foi paga e a outra está prestes a vencer nos próximos dias. Medeiros alega que a empresa investiu praticamente sozinha, e se queixa da falta de apoio de empresários, dirigentes e da federação estadual.

- Não houve condição alguma de pagar ainda [os salários do elenco]. A empresa pagou do próprio bolso R$ 34 mil em inscrições e compra de material esportivo, que não tinha no clube. Esperava-se patrocinadores, mas a camiseta está limpa, não tem nenhum patrocinador. Esperava-se apoio da federação, e não veio. Então chegou no limite.

Até o fechamento da reportagem, o presidente do Itaporã, Dione da Silva Lima, e o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, não foram encontrados para comentar as declarações de Medeiros.

O empresário reclama ainda que ninguém da diretoria apareceu para dar explicações ao elenco nos últimos dias. Questionado sobre a possibilidade de os jogadores abandonarem o clube a qualquer momento, Medeiros declarou apoio à iniciativa.

- Esse movimento que os jogadores estão fazendo tem o nosso total apoio. Eles vão jogar domingo, mas se na segunda-feira não tiver nenhum apoio, vai todo mundo embora.

O torcedor, que poderia contribuir com o clube comprando ingressos e comparecendo aos jogos, também deixou de fazer sua parte, na opinião do empresário. Nas duas partidas que fez como mandante, o Itaporã arrecadou apenas R$ 3,4 mil, valores insuficientes para pagar as despesas mais básicas, como arbitragem.

- Um dos fatores para isso é a queda do time no estadual. Isso decepcionou o torcedor. Apesar disso, mantivemos os ingressos a R$ 10 e queremos contar com o apoio da torcida.

Entenda o caso

O Itaporã herdou a vaga na Série D do Brasileirão depois que Cene e Naviraiense, respectivamente campeão e vice estaduais de 2013, abriram mão da disputa. Apesar de ter sido rebaixado na Série A estadual este ano, o Itaporã foi convocado por ter sido o terceiro colocado na edição do ano passado, conforme prevê o regulamento do Campeonato Sul-Mato-Grossense.

Por ter aceitado entrar na disputa faltando menos de um mês para o seu início, em 20 de julho, o Itaporã precisou correr para montar uma equipe. A diretoria do clube formou parceria com uma empresa que cedeu vários jogadores, além do treinador Denilson Rafaine e de membros da comissão técnica.

Logo na estreia, contra a Anapolina-GO, o Itaporã sofreu com a falta de dinheiro. O clube não pagou R$ 7,9 mil de taxas de arbitragem e acabou sendo denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Quitou a dívida, mas já no segundo jogo como mandante repetiu a inadimplência. No último domingo, venceu o Estrela do Norte-ES no estádio Chavinha mas não pagou R$ 4,2 mil de taxas de arbitragem.

O Itaporã está em segundo lugar no Grupo 5 com seis pontos ganhos, e ocupa a zona de classificação. No próximo domingo, recebe o Brasiliense-DF no estádio Chavinha às 16 horas (de MS).

Fonte: Globo Esporte

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