Homem de 56 anos ganhou força através do ciclismo para vencer câncer e sedentarismo

31/07/2017 09:31 Esporte
Alexandre voltou a pedalar depois de 30 anos; primeiro veio a montain bike, depois a bike speed (Foto: Arquivo pessoal)
Alexandre voltou a pedalar depois de 30 anos; primeiro veio a montain bike, depois a bike speed (Foto: Arquivo pessoal)

Brincadeira de criança, meio de locomoção, esporte. Para algumas pessoas, a bicicleta é mais do que isso. Para pessoas como Alexandre Oliveira, bike é vida. Cirurgião dentista de 56 anos, ele tem sua história diretamente ligada à magrela. Aos 20 anos, a bicicleta era sua forma de se locomover por Niterói, cidade onde mora. Até que um homem em um caminhão resolveu fazer uma brincadeira de mau gosto e o acertou em cheio na cabeça. Sem capacete, o estrago foi feio. Pensou em nunca mais pedalar. Demorou 30 anos para tomar coragem, mas recuperou o gosto pelo esporte. Tanto que foram os passeios de montain bike e speed que o ajudaram a se recuperar de um câncer na bexiga e de todo o difícil tratamento que envolveu cirurgia e quimioterapia.

- Em 2009 descobri que tinha uma lesão na bexiga e que mais cedo ou mais tarde ela se tornaria um câncer. Isso veio a se confirmar em novembro de 2011. Depois foi quimioterapia, cirurgia. Hoje sou urostomizado. Em 2014, me empolguei novamente e comecei a passear de bike por minha cidade nas horas vagas. Logo fui me sentindo mais confiante e com o incentivo de um grande amigo e colega de profissão passei a pedalar com mais afinco. A partir daí descobri o montain bike e passei a treinar e a participar de competições. Depois veio a bike speed como meio de treinamento diário. A essa altura eu já estava contaminado por esse vírus maravilhoso que é o pedal - contou.

Além da doença, o pedal “curou” Alexandre de outro mal que rondava a sua vida, a obesidade. Para não perder os treinos que ocorrem logo cedo, ele passou a dormir melhor e a, cada vez mais, deixar um hábito nada saudável de lado, o consumo excessivo de álcool.

- Estava bebendo muito e ficando obeso. Hoje perdi uns 17 kg, me sinto forte e saudável. Sei que se eu beber, no pedal do dia seguinte vou quebrar, e eu não quero isso.

E quebrar no treino não passa nem perto da cabeça de Alexandre. Ele não pode decepcionar os muitos amigos que fez nesse novo “lifestyle” do pedal.

- Tenho conhecido pessoas muito interessantes, feito muitos e bons amigos, em várias cidades, e conhecido lugares fantásticos. Tudo isso através do ciclismo. Faço viagens maravilhosas para pedalar com esses amigos - comemorou.

E a próxima viagem com amigos será rumo a Conservatória, no interior do estado do Rio de Janeiro, onde acontece o GFNY, no dia 6 de agosto. Alexandre está inscrito na prova mais longa, que terá 160km de ciclismo. Ele vai tentar completar a distância, que é marcada por subidas e descidas, pela primeira vez, e não esconde a ansiedade.

 

- Estou preocupado, pois já fiz distâncias até parecidas, mas nunca com tantas subidas (são 3130m de acumulado) e não sei se os participantes desse percurso de 160km são todos muito fortes. Sei que completo esse percurso, mas o tempo é o que me preocupa. Estou treinando para completar de forma razoável. Se chegar inteiro já vai valer - afirmou.

Qual será o seu tempo e colocação ao fim do GFNY, é difícil prever. Mas uma coisa é certa. Alexandre já é um vencedor, seja no ciclismo ou na vida.

Fonte: Por Renata Domingues, do G1

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