Sessão da CPI é marcada por funcionários que nem sabiam que trabalhavam em ESF

08/10/2015 16:08 Itaporã

Como anunciado, a reunião da CPI da Saúde de Itaporã foi marcada pelos depoimentos de pessoas citadas na investigação, no total, nove pessoas compareceram à reunião, sendo o depoimento dos dois ex-gerentes, os mais importantes para a Comissão.

Antes dos ex-gerentes darem seus depoimentos, o relator da CPI, vereador Gladstone Rafael leu um ofício enviado pelo prefeito municipal Wallas Milfont, quando ele convidado a comparecer na sessão da CPI e não se fez presente declarando que ele não seria a pessoa mais indicada a responder pelo assunto abordado, que os gestores eram responsáveis por tudo que ocorria na Gerência de Saúde.

Na fala da ex-gerente que estava no cargo quando ocorreu a criação dos ESF’s, Silvana Dias Correia Godoi ela rebateu a fala do prefeito e deixou claro que não era ordenadora de despesas, que para comprar um fusível, precisava da autorização do Superintendente de Compras da Prefeitura, Wagner Borges Gonçalves, que Silvana se refere como primo do Prefeito. Ela relata que não tinha acesso a conta onde estava o dinheiro, somente o prefeito e o gerente de Planejamento e Finanças (na época Márcio Rosales) tinham acesso a conta e ao computador que estava instalado o programa para fazer a movimentação financeira na mesma, já que este estava no paço municipal, ela disse que sentou uma vez na frente do computador e depois nunca mais. A ex-gerente ainda afirma que o Prefeito Wallas Milfont participou do projeto de criação do ESF.

O ex-gerente João Alberto de Souza também afirmou não ter acesso a conta em que estava o dinheiro, mas foi avisado que deveria ser economizado uma certa quantia para cobrir o valor. Ele afirma que este recurso chegou a ser usado para a folha de pagamento.

“Procurei a Secretaria de Estado de Saúde para me aconselharem sobre o assunto, me falaram que o certo seria desligar todos os funcionários e encerrar o projeto por que os ESF’s não existiam. Procurei o Gerente de Planejamento e Finanças (na época Márcio Rosales), fui orientado por ele, mas sem poder para isso, que falou ‘para segurar 220 mil reais na conta, por que isso dai é dos ESF’s do Jardim São Bento e Bandeirantes que está vindo recurso’. Minha opinião era seguir a recomendação do Estado e desligar todo mundo, parar tudo, mas como já havia sido iniciado as construções e as pessoas precisavam ser atendidas, continuamos. Eu acostumei a pedir extratos da conta para a Ivone (nova gerente de Planejamento e Finanças), em um certo dia, peguei o extrato e vi que a conta estava zerada, eu assustei, liguei para a Ivone na hora, ela falou que estava sem dinheiro, precisava quitar a folha de pagamento dos funcionários e usou esse dinheiro.”

A ex-funcionária Adriana Spessoto, afirmou que foi pedido a ela para alimentar o sistema do Governo, quando ela negou-se a cumprir a ordem, a ex-gerente de Saúde Pública, Silvana Godoi pegou em seu braço e disse, “amiga, pode fazer que dá certo, o prefeito Wallas e o Anizinho [chefe de gabinete] estão cientes”.

Acompanhe um breve relatório dos depoimentos
Caroline de Lima Brito - Dentista Concursada - quando perguntada se já havia trabalhado no ESF São Bento disse que nunca havia trabalhado no local e nem sabia aonde ficava a Unidade de Saúde.

Adriana Spessoto Prado - Enfermeira - ela disse nunca ter prestado serviço para o ESF São Bento, e disse que na época, trabalhava na Gerência de Saúde. Ela relatou que a ex-gerente Silvana, pediu para ela lançar dados da Unidade de Saúde no sistema do Governo, porém a mesma não existia.

Neris Regina de Oliveira - Agente Comunitária de Saúde - disse nunca ter trabalhado como agente comunitária de saúde, que trabalhou na Gerência, mas nunca como agente.

Elenice Zanan dos Santos - Agente Comunitária de Saúde - disse que não tinha conhecimento que estava cadastrada no ESF Bandeirantes, e que na época, atendia famílias da COHAB e Jardim Santa Maria.

Giovani Cunha Rebeque - Agente Comunitário de Saúde - afirmou que não sabia que estava cadastrado como agente comunitário de saúde, que exerce função de agente de endemias na Prefeitura de Itaporã e que nem conhece a Região do Bandeirantes, onde estaria lotado.

João Marcelo Nepumoceno - Cirurgião Dentista - relatou que desconhece o endereço do ESF Bandeirantes, que nunca trabalhou na unidade de saúde, e que na época, trabalhava em alguns distritos de Itaporã.

Adila Vanessa Rodrigues Martins - Enfermeira - afirmou que foi a responsável pela criação do projeto técnico de criação dos ESF’s São Bento e Bandeirantes, que o Prefeito Municipal sabia da criação e que foi aprovado pelo conselho municipal de saúde.

Três pessoas convocadas não compareceram as oitivas, são elas: a médica Daiana Aparecida Silva Silvestre, a enfermeira Jane Teixeira dos Santos e o médico Baltazar Dias Sanabria.

 

Fonte: Aislan Nonato, do iFato

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