Copa explora tatu como mascote, mas não ajuda a conservar espécie, diz ONG

11/04/2014 09:53 Meio Ambiente

Desde que virou mascote da Copa de 2014, o tatu-bola estampa o material promocional da Fifa e de seus parceiros, posa ao lado de celebridades e tem sua imagem comercializada em vários produtos. Tudo isso, porém, trouxe poucos resultados - e, principalmente, recursos- para a conservação da espécie, dizem ambientalistas.

Eles reclamam que a Fifa não repassa recursos para conservar a espécie, exclusiva do Brasil e classificada como vulnerável à extinção.

  Action Press/Xinhua - Fifa/Associated Press  

"A Fifa não repassa nada para a conservação, nem uma parcela do que eles lucram explorando a marca do mascote Fuleco", diz Roberto Castro, secretário-executivo da ONG Associação Caatinga, que trabalha para salvar a espécie e liderou a campanha para torná-lo mascote.

"Quando o tatu-bola foi escolhido para ser mascote da Copa, em 2012, estávamos muito otimistas. Agora, o resultado prático é que quase nada mudou", completa.

Também há reclamações da falta de divulgação, nas aparições e nos produtos vinculados a Fuleco, sobre as características naturais da espécie e as ameaças a seu habitat e conservação.

O tatu-bola vive sobretudo na caatinga e tem sofrido com a destruição de seu habitat. Nos últimos dez anos, houve um declínio de 30% na população.

Por meio de sua assessoria, a Fifa informou que se engaja nas questões ambientais e que admira e respeita o trabalho da ONG. Eles informaram que um dos parceiros da entidade, a Continental Pneus, já repassa recursos para a preservação do tatu-bola na Associação Caatinga.

Segundo o secretário da associação, esse é o único apoio recebido de um patrocinador da Copa até o momento, e o suporte foi apenas para 2013.

"Estamos em contato para verificar a possibilidade e interesse de apoio para 2014", completou Castro. Ele lembra que outras empresas envolvidas com a Copa do Mundo, assim como a Fifa, não quiseram destinar recursos para proteger o tatu-bola.

Fonte: Folha

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