Servidor acusado de pedofilia trabalhou como professor de Geografia

22/10/2014 15:35 Policial
Jeferson Porto da Silva, 33, teria aliciado alunos de turma para a qual lecionava há oito anos (Foto: Osvaldo Duarte).
Jeferson Porto da Silva, 33, teria aliciado alunos de turma para a qual lecionava há oito anos (Foto: Osvaldo Duarte).

Uma trajetória de aliciamento de menores que acontecia há, no mínimo, oito anos. Isso foi o que apurou a Polícia Civil de Dourados por meio de um rapaz, hoje com 20 anos de idade, que procurou a delegada responsável pelo caso, Marina Lemos, para relatar que foi assediado quando tinha 12 anos de idade e estudava em uma escola da rede estadual de ensino.

Na época, o jovem teve por um período como professor substituto de Geografia Jeferson Porto da Silva, 33, que hoje está preso acusado de aliciar e manter relações sexuais com meninos menores de idade.

“Essa pessoa nos procurou e disse que foi aluno dele. Na época, o Jeferson passou o contato de MSN [ferramenta de troca de mensagens instantâneas na internet] para que os alunos tirassem dúvidas e a vítima disse que procurou ele em uma oportunidade e acabou assediado. Segundo o rapaz, era muita mensagem que o Jeferson mandava sendo bastante direto sobre o que queria e chegou a oferecer R$ 500 para esse rapaz, que relatou toda a situação para a mãe que acabou denunciando à escola”, disse Marina.

A situação confirma a teoria da delegada de que o número de vítimas de Silva pode passar das centenas. Ele mesmo teria confirmado em depoimento que manteve mais de 100 relações sexuais com meninos menores de idade, sendo aproximadamente 50 desses casos sem o uso de camisinha, mesmo sabendo ser portador do vírus HIV.

Pelo menos 20 menores já foram ouvidos no inquérito, que deve ser concluído na sexta-feira (24). Ainda assim, conforme a delegada Marina, mais vítimas que apareçam para denunciar a ação do servidor teriam seus depoimentos incluídos em um procedimento suplementar dentro do caso.

Silva vai responder pelos crimes de favorecimento à prostituição infantil, pedofilia, estupro de vulnerável, falsificação de documento particular e perigo de contágio venéreo (esses dois últimos pelo fato de ter mantido relações sexuais sem camisinha apesar de saber do risco que oferecia ao próximo por ser portador de HIV e por ter falsificado um exame clínico para fingir não ter o vírus).

O caso
Jeferson Porto da Silva, 33, trabalhava na secretaria de administração da prefeitura de Dourados. Após dois meses de investigação, ele acabou preso acusado de aliciar menores de idade e incentivá-los à prostituição. Conforme apontado pela Polícia Civil, ele utilizava um perfil falso no facebook e também no aplicativo de conversas para celular ‘whats app’, onde se passava por uma mulher chamada ‘Jéssika Alessandra’.

Após atrair os adolescentes com faixa etária entre 14 e 16 anos, ele marcava encontros noturnos na casa dele, onde morava com a mãe idosa. Quando chegavam lá e viam que não se tratava de uma mulher, os adolescentes então eram convencidos pelo servidor municipal a manter relações sexuais com ele mediante pagamento de R$ 30. Computadores e celular dele foram apreendidos e encaminhados para a perícia, mas nele foram encontrados em uma análise preliminar fotos de adolescentes nus.

Portador de HIV, Silva ainda falsificou um exame clínico para convencer menores que questionavam ele sobre o uso de camisinha de que não tinha o vírus. Preso em uma das celas do 1º Distrito Policial de Dourados, ele deve ser encaminhado para a Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa) até sexta-feira (24).

 

Fonte: Thalyta Andrade/Dourados News

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