Atriz da novela Avenida Brasil inicia nova etapa estudando na UEMS

Karol Lannes, que interpretou Ágata, largou São Paulo para estudar teatro na Capital
01/03/2018 07:30 Brasil
Karol, como é mais conhecida, está cursando artes cênicas na UEMS de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Karol, como é mais conhecida, está cursando artes cênicas na UEMS de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Com 17 anos, Karol Lannes começa uma nova fase na carreira em Campo Grande, estudando Artes Cênicas na UEMS. Ela ficou conhecida pela personagem Ágata, de "Avenida Brasil", em 2012, a filha maltratada por uma das grandes vilãs da dramaturgia brasileira, Carminha (Adriana Esteves). 

Com pouca idade, Karol pode ser considerada uma veterana. Também atuou em  "Duas Caras" (2008), "Ciranda de Pedra" (2008) e "Tempos Modernos" (2010). Na telona, interpretou a personagem Marcelina quando criança, no filme de comédia "Minha Mãe É uma Peça", em 2013.

De lá para cá, diz que enfrentou uma "abstinência" e a saudade absurda de atuar. Por isso, se meteu em diversos cursos técnicos de teatro e de musicais para suprir a vontade de "decorar textos e criar personagens", comenta.

Ela deixou a casa dos pais, em São Paulo, e veio para o interior do país, em Mato Grosso do Sul,  em menos de uma semana. "Eu estava na fila de espera e imaginava que não passaria, tanto é que estava me programando para um intercâmbio. Quando vejo, na quinta-feira da semana retrasada, meu e-mail, pedindo para checar a listagem dos aprovados, meu nome estava lá", diz.

Karol tinha que estar aqui na segunda-feira para se matricular. "Foi tudo muito rápido, eu comuniquei aos meus pais, minha família, taquei todas as minhas coisas na mala e vim com eles. Achei uma pensão para morar aqui do lado da Universidade e estou me adaptando às mudanças, mas estou muito feliz, realizada", completa a atriz.

Com brilho nos olhos, ela comenta que a faculdade é tudo o que ela imaginava ser. "Não tive muitas aulas ainda mas, cada professor que entra aqui, fala exatamente aquilo, comprova que eu estou no caminho certo. Eles colocam pulguinhas atrás da nossa orelha, falam da profissão, do ator, como ser humano sabe? E não como uma celebridade, isso é uma coisa na qual acredito muito".

Karol ficou conhecida também porque é uma filha adotada por dois pais. Na época de Avenida Brasil só se falava disso. Na hora dessa "família moderna" falar sobre o futuro da garota, os pais não decepcionaram. "Meu pai, que é o tio da minha mãe, qe foi quem me adotou, sempre foi mais tranquilo nesse sentido. Meu padrasto, esposo dele, é médico, então teve aquela coisa de comentar da área das humanas e tal mas eu tive apoio sim, dos dois. Eles se preocuparam, claro, mas é natural".

Sobre sua fase famosa, ela conta que a personagem Ágata fez com que a Karol tivesse que se redescobrir. "Ela sofria nas mãos da Carminha, que era sua mãe, por ser uma menina gorda. E ela estava no meu corpo, sabe? Por um tempo, eu me abalei com os diálogos, mas a Adriana (Esteves) era muito carinhosa comigo, conversávamos muito antes das cenas", diz. 

Ágata sofreu, mas Karol nunca teve problemas com o estigma de ser uma crianças gordinha na vida real. "Eu sempre fui muito eu. Falante, comunicativa, então acho que as pessoas não tinham nem coragem de comentar nada ou até mesmo nem notavam. Hoje rola uma zoação por eu ser baixinha mas acontece".

Por aqui, a receptividade dos colegas foi algo surpreendente para ela. "Havia um burburinho antes mesmo de eu chegar, tipo: 'a atriz global que vai vir estudar com a gente'. Quando eu cheguei, do meu jeitinho, eles também se chocaram pois a profissão, infelizmente, foi rotulada por conta da posição de alguns grandes atores, estrelinhas. Acharam que eu seria chata, inacessível, e viram que eu sou assim como eles, estou aqui pra estudar e para conhecer esse novo lar".

Nos planos para o futuro, estão a retomada de sua carreira. "Quero voltar para a televisão e gostaria muito de fazer mais filmes, foi uma experiência muito boa". Audaciosa, Karol sonha em abrir uma escola de teatro com seu nome. "Reunir gente que pensa a profissão como eu, num contexto humano, e não de estrelinha ou celebridade. Sonho em mudar, nem que seja um pouco, o mercado. Sonho em ensinar os outros também!", finaliza.

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Fonte: Thaís Pimenta / Campo Grandes News

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