Beira-Mar e líder da facção do Norte são transferidos para Campo Grande
Fernandinho Beira-Mar, considerado um dos mais perigosos traficantes brasileiros, está de volta a Campo Grande, nove anos depois de sair daqui para Catanduvas, no Paraná. Além dele, já está na Capital Gerson Lima Carnaúba, um dos líderes de FDN (Família do Norte) responsável por rebeliões sangrentas em presídios.
Em operação com forte esquema de segurança, os presos foram transferidos nesta quinta-feira (19) da penitenciária federal de Mossoró (RN). Não há informações se há outros detentos no comboio.
A única confirmação obtida pela reportagem em Mossoró é de que Beira-Mar, de fato, havia saído da penitenciária. O destino foi o estabelecimento federal de Campo Grande, no Jardim Los Angeles, segundo apurou a reportagem. Até os agentes locais foram surpreendidos com a presença dos novos detentos, dado o sigilo da operação, por motivos de segurança.
Preso famoso - Condenado a penas altíssimas, superiores a 400 anos, só no sistema prisional federal, Beira-Mar já cumpriu pena em Catanduvas (PR), em Mossoró, em Porto Velho, e em Campo Grande. Aqui, chegou em 2007 e saiu em 2010. No presídio potiguar, ficou mais de uma vez. Estava lá desde 2017.
Foi na penitenciária da Capital que Beira-Mar celebrou seu casamento, em setembro de 2007. No Estado, o criminoso já foi apontado como um dos chefes do tráfico na fronteira, inclusive com uma espécie de base na cidade de Coronel Sapucaia, vizinha ao Paraguai. A mulher, Jaqueline Alcântara, cumpriu pena no presídio federal onde o marido agora está. O filho foi alvo de operação da Polícia Federal em 2017, suspeito de articular alianças da quadrilha do criminoso com a facção criminosa PCC.
Segundo as informações do site Mossoró Hoje, a operação para a transferência começou ontem. Foi usado um avião da Polícia Federal que pousou no Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, de onde decolou para Campo Grande. A chegada, aqui, foi por volta das 18h30.
Facção – O outro preso, Gerson Lima Carnaúba Carnaúba, é considerado um dos criminosos do sistema penitenciário de alta periculosidade. Também condenado a mais de 100 anos de prisão, é acusado de ser um dos mentores de chacina no Amazonas, ocorrida no dia 25 de maio de 2002, quando 14 pessoas foram executadas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa “Família do Norte” (FDN), Carnaúba conseguiu fugir da penitenciária Anísio Jobim justo, com cinco comparsas, por um buraco cavado do setor do regime fechado para o semiaberto, de onde pularam o muro e foram resgatados por comparsas que estavam em veículos não identificados. Foi preso novamente em 2015.
Fonte: Marta Ferreira / Campo Grandes News
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