Bolsonaro pede a Moraes acesso a depoimento de ex-chefe do Exército

05/03/2024 22:05 Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior.

A PF (Polícia Federal) investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de sua equipe e militares simpatizantes se articularam para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa de Bolsonaro enviou o pedido nesta terça-feira, dia 05 de março, pedindo uma "atualização dos autos" com "termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas", incluindo os depoimentos dos dois ex-comandantes.

Freire Gomes prestou depoimento de 7 horas na PF (Polícia Federal) na última sexta-feira, dia 1º de março. Ele foi ouvido na condição de testemunha. Nessa condição, ele é obrigado a falar a verdade.

Segundo Andréia Sadi, Freire Gomes, na condição de testemunha, colaborou - e muito - com as investigações. A preocupação de golpistas é com o que pode existir de detalhamento de Freire Gomes a respeito de discussões sobre minuta do golpe, o papel do Ministério da Justiça e negativas de forma categórica de que houvesse qualquer indício de fraude em urnas.

""Em relação ao general Freire Gomes e ao brigadeiro Baptista Junior, os elementos colhidos, até o presente momento, indicam que teriam resistido às investidas do grupo golpista. No entanto, considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta comissiva por omissão pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes", diz documento obtido pelo blog.

O depoimento faz parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF em 8 de fevereiro. Na semana passada prestaram depoimento o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022, Walter Souza Braga Netto; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

A investigação

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em dia 8 de fevereiro e teve como alvos, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF — o principal deles sendo o das milícias digitais —, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

Fonte: G1 / Dourados News

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