Cena de agosto: Campo Grande amanhece com fumaça encobrindo a cidade

Além de queimadas pela cidade toda, a umidade relativa do ar ficou em apenas 17% ontem
08/08/2020 09:51 Brasil
Afonso Pena com cena típica do mês de agosto, encoberta pela fumaça. (Foto: Henrique Kawaminami)
Afonso Pena com cena típica do mês de agosto, encoberta pela fumaça. (Foto: Henrique Kawaminami)

A cidade amanheceu com uma névoa encobrindo o céu. Com muito fogo em vegetação seca nos últimos dias e umidade abaixo de 17% na tarde de ontem, logo a avaliação inicial é de que a cena é produzida pela fumaça de agosto, que mais uma vez chegou queimando.

Na Capital, já são 25 dias sem chuva e a previsão é de água apenas para a segunda quinzena. ou seja, são mais 8 dias na seca.

Com a vegetação seca, qualquer fagulha tem provocado grandes incêndios urbanos. Ontem, por exemplo, foram necessários 23 mil litros de água para conter a chamas em área no Núcleo Industrial. O fogo começou no mato e atingiu um depósito de veículos a céu aberto, destruindo carros e caminhões que iriam a leilão.

Outro problema crônico é a mania de acabar com lixo e entulhos usando o fogo. Somente entre os meses de janeiro e julho de 2020, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) teve de aplicar 141 multas por queimadas urbanas. Com base no valor que se aplica nesses casos, o total de multas ficaria entre aproximadamente R$ 340 mil e R$ 1 milhão e 300 mil.

Mesmo assim, em Campo Grande, o número acumulado de focos de incêndio até o mês de julho foi menor do que os últimos dois anos. Foram 1759 na Capital em 2018; 1953 em 2019; e 1711 neste ano.

Os números recentes da taxa de umidade relativa do ar, cuja recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), é outro fator de risco. O ideal é índice superior a 60%, mas as taxas reduziram drasticamente. Em Campo Grande, os recordes foram na quinta-feira (6) segunda, com a pior taxa no Estado - apenas 15%.

A OMS indica que taxas de umidade relativa do ar entre 21% e 30% caracterizam estado de atenção; quando a umidade está entre 12 e 20%, é considerado estado de alerta; e o estado de emergência é caracterizado por índices de umidade relativa do ar inferior aos 12%.

A preocupação fica ainda maior quando se põe na balança os próximos meses do ano, onde os números de focos de incêndio têm uma tendência em crescer expressivamente, devido ao tempo seco.

Os problemas de saúde decorrentes da baixa umidade do ar incluem complicações alérgicas e respiratórias, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele, irritação dos olhos, aumento de incêndios em vegetação.

Para enfrentar o tempo seco, os cuidados incluem aumento na ingestão de água e umidificação de ambientes com aparelhos ou toalhas molhadas. Exercícios físicos ao ar livre devem ser evitados entre 10h e 16 horas.

Fiscalização - Em nota, a assessoria do Corpo de Bombeiros Militar informa que vem fiscalizando intensamente, sobretudo durante esta época do ano, queimadas urbanas na cidade. A maior parte dos registros ocorre principalmente entre julho e setembro, meses mais críticos devido ao período de estiagem e baixa umidade.

A causa mais frequente nos focos de incêndio em vegetação, amontoado de lixo e amontoado de madeira é o ato incendiário por atuação humana, ou seja, pessoas que utilizam a ação do fogo para a limpeza de terrenos e/ou pastagens", diz a nota.

A Semadur reforça que proprietários de imóveis são obrigados a mantê-los limpos, capinados e drenados. O uso de queimadas para fins de limpeza de terrenos são vetados, e podem gerar multa entre R$ 2.414,50 e R$ 9.658,00.

As recomendações dos Bombeiros são:

Fonte: Guilherme Correia / Campo Grande News

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