Com paralisia facial após acidente, advogada fala de superação e pede conscientização sobre o tema
Kathryn percebeu que o mais importante era estar viva e hoje faz parte de grupo de apoio a pessoas com paralisia - Crédito: Dourados News
Em meio a Semana de Conscientização da Paralisia Facial, que vai de 1º até o dia 7 de março, a história da advogada Kathryn Nogueira Dias, de 30 anos, é um exemplo de força e superação. Em 6 de agosto de 2021, aos 27 anos, ela enfrentou um grave acidente que quase ceifou sua vida na MS-156, entre os distritos de Montese e Piraporã, após passar mal ao volante.
O veículo capotou várias vezes, deixando Kathryn em estado gravíssimo, com múltiplos traumas, incluindo três costelas quebradas, fraturas no pulmão e paralisia facial.
A trajetória de Kathryn após o acidente não se limitou aos danos físicos como não conseguir piscar, sorrir, fechar os olhos, mas também ao desafio emocional da paralisia facial. Em uma entrevista ao Dourados News, ela compartilhou a angústia de acordar no hospital e não se reconhecer no espelho. "Não era eu", expressou, descrevendo a sensação de estranhamento ao confrontar a nova realidade.
O início foi desafiador, com a necessidade de enfrentar a vergonha, o medo da rejeição e a vaidade prejudicada.
No entanto, ela percebeu que o mais importante era estar viva. "Tive três costelas quebradas, poderia estar paraplégica, mas estou andando e trabalhando, tendo uma vida totalmente normal", destaca.
Na entrevista ela relembrou que um dos momentos mais difíceis foi ouvir de profissionais que seu rosto não mudaria, que ela ficaria para sempre naquela condição.
Determinada a buscar ajuda, Kathryn iniciou uma jornada pesquisando sobre profissionais especializados em tratamento de paralisia facial. Atualmente, ela se trata com um médico e uma fisioterapeuta em São Paulo, e sua evolução é notável. Ela ressalta a importância de começar cedo o tratamento para melhores resultados.
Kathryn também chama a atenção para a falta de conscientização da sociedade sobre a paralisia facial, destacando que muitas pessoas não estão preparadas para lidar com essa condição. "Eu ouvia muitos questionamentos que me machucavam bastante", lamenta. Apesar das dificuldades, Kathryn nunca desistiu. Com várias idas a São Paulo, intervenções cirúrgicas e sessões de fisioterapia, ela hoje ajuda outras pessoas a perceberem que não estão sozinhas.
"O papel de vítima não me cabe. Se antes eu perguntava para Deus: por que comigo? Hoje eu pergunto para que comigo?", reflete Kathryn. O caminho de evolução é marcado por altos e baixos, mas ela se orgulha em dizer que a paralisia facial a ensinou a ser forte e se reinventar, permitindo-lhe recomeçar.
Paralisia facial pode atingir qualquer pessoa
A paralisia facial é uma condição que pode atingir qualquer pessoa, de qualquer idade e por vários motivos.
Os mais comuns são alterações no sistema nervoso periférico e AVC (Acidente Vascular Cerebral). O que diferencia cada caso é o local da face que a paralisia acomete. Estresse, fadiga extrema, mudanças bruscas de temperatura, baixa da imunidade, tumores e traumas, distúrbios na glândula parótida e otite média podem também estar envolvidos no aparecimento da doença.
O tratamento ainda é muito precário no Brasil. É necessário um atendimento especializado e individual. Pelo plano de saúde, pagam a metade do valor. Como a maioria dos fisioterapeutas ganha pouco por esse tratamento individual, não existem muitos disponíveis no plano de saúde. O tratamento particular é caro. Muitas pessoas de baixa renda não conseguem pagar.
Fonte: Cristina Nunes / Dourados News
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