Em MS, alta no frete dos Correios preocupa quem compra e vende pela internet
Os Correios anunciaram nesta semana um reajuste médio de 8% em cima do valor cobrado no frete de encomendas postadas entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que começa a valer no próximo dia 6 de março. A decisão gerou uma resposta por parte de lojas virtuais, que consideraram um percentual abusivo. O fato é, com o anúncio, quem compra e vende pela internet já começa a mudar seus comportamentos.
Cláudio Justino, 38 anos, trabalha com vendas de peças para drones e aviões de controle remoto pela internet, tanto pela plataforma do Mercado Livre como pelo Facebook. A maioria de suas vendas são para fora de Mato Grosso Sul e giram em torno de 120 a 150 peças comercializadas por mês. Após o anúncio, o vendedor admitiu que já se preocupa com o impacto em suas vendas. “Redução de até 30% no número de vendas”, estimou.
Para não perder um grande número de vendas, Justino já considera a possibilidade de abaixar os preços das peças de aeromodelismo quando a medida começar a valer. “Vou ter que arcar um pouco com esse prejuízo para não repassar esse aumento para os clientes”, explicou.
A preocupação não se restringe somente ao comerciante. Quem se acostumou a comprar on-line também está de olho na mudança dos preços que irá acontecer a partir do dia 6 de março. O administrador, Cícero Augusto Bruel, acostumado a comprar pela internet, acredita que após o reajuste alguns produtos não serão tão vantajosos para serem comprados on-line.
“Muita coisa não vai mais compensar. Produto pequenos principalmente. Por exemplo, o preço de um controle remoto de uma tv. Você vai comprar em uma eletrônica daqui mesmo porque o frete vai ficar mais caro que o próprio produto”, comentou. Outro ponto desfavorável para o administrador é a demora nas entregas, que agora irá se somar com o aumento.
Para Bruel, será necessário aguardar o reajuste para ver como os preços serão afetados, mas admitiu que irá pesquisar mais na hora de comprar pela internet. “Vai pesar mais, com certeza”, disse.
O anúncio do reajuste foi feito pelos Correios na última terça-feira (27). Conforme as agências de notícias nacionais, a estatal informou que será feito um reajuste médio de 8% nas tarifas do frete de encomendas para objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual.
Conforme o Jornal O Globo, a empresa não divulgou uma tabela de preços utilizados no balcão por meio do Sedex e para outros serviços. Não foi informado também os percentuais de reajuste para outras áreas do país.
De acordo com o portal O Globo, os Correios informaram se tratar de uma revisão anual de preços, que foram definidos com base “no aumento dos custos relacionados à prestação dos serviços, que considera gastos com transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis, combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros”.
Após o anúncio, a empresa de vendas on-line Mercado Livre lançou na internet uma campanha para movimentar os clientes contra a decisão, considerada abusiva. Segundo a empresa, o reajuste irá impactar diretamente nos pequenos e médios empreendedores. O site de vendas ainda fez um levantamento de custo do frete do Brasil em relação a outros países onde também atua e apontou que o frete brasileiro seria 42% mais caro do que na Argentina, 160% mais caro do que no México e 282% mais caro do que na Colômbia.
De acordo com o portal O Povo Online, o Mercado Livre projetou que o aumento nos preços dos produtos pode chegar, na verdade, a 51%, dependendo dos locais em que seriam feitas as entregas.
Fonte: Raiane Carneiro/Foto: ilustrativa / Midiamax
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