Em MS, duas barragens apresentam infiltrações, aponta vistoria do Imasul
Duas barragens da empresa Vetorial apresentaram problemas de acordo com a vistoria realizada pelo grupo de trabalho coordenado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) no final de janeiro. Os resultados foram divulgados na tarde desta quinta-feira (14), em Corumbá.
As estruturas em questão são a Barragem Sul, da mina Laís, e a Barragem B-6, da mina Monjolinho. Segundo o laudo a que o Campo Grande News teve acesso, a Barragem Sul, que tem 800 mil m³ de capacidade e tem dano potencial associado médio, apresentou 3 problemas: limite de rejeito muito próximo da crista; PAEBM (Plano de Ação de Emergência de Barragem de Minério) não adequado; e infiltração na barragem.
Ainda em relação à Barragem Sul, o documento aponta que outra infiltração havia sido verificada na vistoria realizada em 2016, porém em local diferente da observada nesta vistoria.
Já na Barragem B-6, com 150 mil m³ de capacidade e dano potencial associado alto, foram 5 os problemas identificados pelos técnicos: inexistência de PAEBM; manutenção precária dos taludes; movimentação de máquinas pesadas na crista; escoamento de rejeito de minério a céu aberto causando, desmoronamento do talude em alguns pontos; sulcos erosivos em toda a extensão da parte interna dos taludes, o que pode estar comprometendo a estabilidade da barragem.
Logo após à reunião, o diretor-presidente do Imasul informou ao Campo Grande News que estudos mais aprofundados devem ser realizados. “Vamos solicitar contratação de auditoria especializada em segurança de barragens para verificar se estas alterações e outras que foram identificadas estão afetando a segurança dessas duas barragens”.
Segundo ele, apesar de serem identificados os problemas, o grupo de trabalho “não soube quantificar o risco, porque precisa do levantamento mais completo e apontar qual nível de risco atual de rompimento”, completou Eboli.
O diretor-presidente do Imasul disse ainda que a Vetorial apresentou justificativa quanto ao limite de rejeito da Barragem Sul estar muito próximo à crista, a empresa disse que “já é parte do início de um novo alteamento do talude”.
Eboli ressaltou a ausência de PAEBM para a Barragem B-6 e a deficiência do plano para a Barragem Sul. “Será solicitado, pois a Defesa Civil entende que é necessário. Na Sul precisa readequação do plano de ação, principalmente porque o grupo de trabalho detectou que não há de forma satisfatória sistema de alerta sonoro. Seria ideal um sistema automático, que não necessite acionamento humano num eventual rompimento, mas sim por sensores”.
Em relação às ações junto à empresa, Eboli explica que os diversos órgãos que participaram da vistoria procederão em seus âmbitos com as notificações, recomendações ou autuações necessárias.
Apenas 4 barragens foram mencionadas no laudo apresentado durante a reunião que contou com a presença do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil de do estado e de Corumbá, Crea/MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul), Prefeitura de Corumbá, Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul, além do Imasul. Os outros locais destinados a receberem rejeitos de minério são considerados bacias, que não apresentam risco de rompimento e não se enquadram na Lei Nacional de Segurança de Barragens.
As barragens Pé de Serra e a Barragem do Gregório de propriedade da Mineração Corumbaense, sediada Vale, constam no documento apresentado durante a reunião, porém sem ressalvas.
Ricardo Eboli ainda confirmou que as vistorias foram realizadas a sem equipamentos, o que reforça a necessidade de uma vistoria por auditoria externa especializada em segurança de barragens.
Fonte: Tatiana Marin / Campo Grandes News
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