Há oito meses família tentava internar homem encontrado em vala na Capital

João Francisco tomava remédios controlados e fazia uso de bebidas alcoólicas frequentemente
17/12/2019 21:34 Brasil
Corpo sendo retirado da vala por militares do Corpo de Bombeiros e pela funerária (Foto: Liniker Ribeiro)
Corpo sendo retirado da vala por militares do Corpo de Bombeiros e pela funerária (Foto: Liniker Ribeiro)

A família tentava há oito meses a internação compulsória de João Francisco da Silva, de 37 anos, encontrado morto dentro de uma vala do sistema de drenagem nesta terça-feira (17), no Bairro Santa Mônica. O homem tomava remédios controlados e fazia uso de bebidas alcoólicas frequentemente.

Ao Campo Grande News, Rosilene Aureliano da Silva, irmã de João, contou que a combinação de álcool com remédios transformou o irmão em uma pessoa agressiva e por isso a família decidiu pedir a internação compulsória dele. Foram oito meses de luta, sem sucesso, que terminaram nesta tarde, com a confirmação da morte do parente.

Com todos os documentos em mãos, Rosilene relata que na busca por ajuda procurou o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e até a Defensoria Pública. Para isso faltou dias no trabalho, mas ainda assim não conseguiu salvar o irmão. “Pedimos ajuda por oito meses e agora o corpo do meu irmão está aí”.

O último encontro de João com a família, lembra ela, foi mais uma vez marcado por briga. Alterado, o homem discutiu com as irmãs após ser impedido de pegar R$ 70 da mãe. Ele ainda quis sair de casa com uma motosserra, como não conseguiu, pegou o facão. O mesmo que disse para testemunhas estar procurando dentro da vala em que morreu.

Abalada, a mulher de João apenas confirmou a luta por interná-lo. “Só jogavam de um lado para outro”, lamentou Roseli Afonso, de 40 anos. Os dois foram casados por 7 anos.

Entenda – As buscas por João Francisco começaram no início desta tarde, após a mulher dele receber uma foto do marido dentro da vala, que estava cheia de água. Testemunhas que presenciaram a cena contaram a família que o homem afirmou ter entrado no buraco para procurar um facão.

A suspeita é que durante a buscas João tenha entrado nas manilhas de concreto do sistema de drenagem e sido arrastado pelas águas.

Após horas de buscas, e com auxílio de uma enxada, o corpo foi encontrado completamente coberto por lama e sujeira, a cerca de 20 metros do ponto em que foi visto por testemunhas, no prolongamento da Avenida Duque de Caxias. Militares do Corpo de Bombeiros contaram com ajuda de uma retroescavadeira para limpar a área e retirar João.

Os bombeiros precisaram lavar o corpo para que a perícia fosse feita. Foram encontrados ferimentos em João, a princípio causados quando foi arrastado pela água dentro das manilhas de concreto do sistema de drenagem. Caso é investigado.

Fonte: Geisy Garnes e Liniker Ribeiro / Campo Grandes News

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