Junto com associação alvo da PF, Sesi levou cinema para 14 cidades de MS
Em parceria com o Instituto Origami, uma das empresas investigadas na Operação Fantoche, o Sesi (Serviço Social da Indústria) levou cinema gratuito para 14 cidades de Mato Grosso do Sul.
O Cine Sesi Cultural foi lançado pela Fiems (Federação da Indústrias de Mato Grosso do Sul) no dia 23 de agosto de 2010, no prédio da Casa da Indústria, em Campo Grande, local que teve o 3º andar vasculhado pela PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira (19).
“Em parceria com as prefeituras beneficiadas, nós vamos exibir filmes de graça em telas gigantes instaladas nas praças públicas das cidades do interior onde não têm cinema. A nossa intenção é levar, de maneira itinerante, exibições de filmes, da mais recente produção brasileira”, disse o presidente da Fiems, Sérgio Marcolino Longen, na cerimônia, conforme divulgado no site da entidade.
Naquele ano, os moradores de Amambai, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Chapadão do Sul, Costa Rica, Ladário, Miranda, Nova Andradina, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde, São Gabriel do Oeste e Terenos tiveram cinema de graça.
No lançamento do projeto, foi divulgado que em Mato Grosso do Sul seriam 210 projeções, de filmes nacionais e internacionais.
Origami – No lançamento, a “parceria nacional” com o Instituto Origami, do Recife (PE), foi destaque. Na página da internet, a entidade se define como uma “associação de direito privado, independente, sem fins lucrativos e apolítica” que desenvolve diversas atividades, como a elaboração, concepção e realização de eventos e projetos artístico-culturais.
No site, o Instituto Origami divulga ser autor do Cine Sesi, “um projeto que já passou por mais de 600 municípios, em 12 estados, levando cinema de graça, cultura e diversão para mais de 4,7 milhões de pessoas”.
Conforme a PF, a organização social é uma dos envolvidas em esquema de contratações superfaturadas para desviar dinheiro público por meio de empresas de fachada. O grupo de empresas investigadas está, conforme a apuração, sob o comando de uma mesma família que em 17 anos – desde 2002 para cá – teria lucrado R$ 400 milhões.
Nesta terça-feira, a Polícia Federal não detalhou qual a suposta participação do Instituto Origami no esquema e nem o que exatamente é investigado em Mato Grosso do Sul.
A maior parte dos alvos é do Pernambuco.
Mandados na Capital – A Fantoche, operação comandada pela Polícia Federal do Pernambuco que investiga corrupção envolvendo o Ministério do Turismo e o Sistema S, tinha dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande.
Na Casa da Indústria, o onde estão o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a Fiems, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí, a PF passou cerca de 3 horas.
A operação também esteve no Edifício Manoel de Barros, a Rua Príncipe Ranier, entre a Via Parque e a antiga Rua Furnas, em frente ao Shopping Campo Grande.
A reportagem apurou que até 2015, o presidente da Fiems, Sérgio Marcolino Longen, morava no condomínio de luxo, mas atualmente reside em outro prédio.
A reportagem confirmou que agentes estiveram no Manoel de Barros, mas a PF não divulgou se Longen era o alvo do 2º mandado de busca.
A operação – A ação, que conta com colaboração do TCU (Tribunal de Contas da União), investiga os crimes de organização criminosa que cometeu crime contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
Além de Campo Grande, também foram emitidos mandados para cumprimento em cidades de outros seis estados – dentre elas, Belo Horizonte (MG), Nova Lima (MG), Brasília (DF), Maceió (AL), Campina Grande (PB) e São Paulo (SP).
São no total 10 mandados de prisão temporária e 40 de busca. Só no Pernambuco, são 23 ordens judiciais – sete para prender e 23 para vasculhar endereços.
A operação prendeu o presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Robson Braga. Longen é um dos vice-presidentes da entidade.
Sistema S - É o nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição - Sesi, Senai, Sebrae, Senac, Senar, Sest, Senat, Sesc e Sescoop.
Fonte: Anahi Zurutuza / Campo Grandes News
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