Mercados da Capital temem desabastecimento de produtos a partir de sábado

Estabelecimentos também são afetados com a paralisação dos caminhoneiros, que já dura 3 dias
23/05/2018 16:40 Brasil
Estabelecimentos preveem desabastecimento a partir de sábado (Foto: Saul Schramm)
Estabelecimentos preveem desabastecimento a partir de sábado (Foto: Saul Schramm)

Os supermercados de Campo Grande já temem o desabastecimento a partir do próximo sábado (26) diante da paralisação nacional dos caminhoneiros, em protesto contra o preço do litro do diesel.

O presidente da Amas (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados), Edmilson Jonas Veratti, afirma que praticamente não chegaram caminhões carregados com arroz, açúcar e óleo, entre outros produtos. “Não está chegando nada”.

Ele explica que os estabelecimentos estão dependendo dos produtos que têm em estoque. As compras são feitas com uma semana de antecedência, ou seja, os empresários que solicitaram a entrega para segunda-feira ainda não receberam seus produtos. Segundo ele, os supermercados que ainda estão em situação “confortável” são aqueles que têm estoque para mais uma semana.

Edmilson afirma que a categoria està à deriva, sem possibilidade de traçar uma estratégia para compensar a falta dos produtos. “Dependemos da logística, todo mundo está parando. Chapadão do Sul e Costa Rica estão desde segunda-feira sem hortifruti”, relatou.

A paralisação dos caminhoneiros já afetou quem precisa dos produtos da Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Alguns produtos custam três vezes mais caros.

A saca de 50 kg das batatas custava R$ 70 e nesta quarta-feira era comercializado a R$ 200, uma variação de 185,71%. A comerciante Ana Paula Lopes afirma que a caixa de 20 kg do abacate hoje custa R$ 35, mas poderá chegar a R$ 45. Mamão e melancia são outros produtos que devem ter o preço elevado, principalmente por se tratarem de produtos perecíveis.

“O mamão tem que sair da fazenda começando a amadurecer e chega aqui maduro para o consumidor final, mas se fica dois dias na estrada, começa a passar”, avisa.

Paralisação – A JBS anunciou nesta quarta-feira (23) a paralisação em menor escala das unidades que funcionam em Mato Grosso do Sul diante dos protestos dos caminhoneiros.

A empresa afirma que está adotando medidas em suas operações e logística, o que inclui a paralisação de unidades de carne bovina, aves e suínos. Conforme a nota publicada pela JBS, a medida atinge Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e em menor escala Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Na terça-feira a Aurora Alimentos também informou a suspensão das atividades de processamento de aves e suínos em Mato Grosso do Sul. De acordo com a empresa, a capacidade de estocagem de produtos frigorificados é de 50 mil toneladas, mas já se encontra em situação delicada.

 

Fonte: Gabriel Neris / Campo Grandes News

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