Mulheres ganham 20,5% a menos que os homens, diz estudo do IBGE
A diferença diminuiu levemente nos últimos sete anos, mas as mulheres ainda recebem menos que os homens, de acordo com um estudo especial feito pelo IBGE para o Dia Internacional da Mulher, com base na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O rendimento médio das mulheres é 79,5% do que os homens recebem.
No quarto trimestre de 2018, considerando o recorte de pessoas entre 25 e 49 anos, os homen recebiam em média R$ 2.579, contra os R$ 2.050 que as mulheres recebiam. A diferença de R$ 529, é um pouco maior do que a registrada em 2016, que foi de R$ 471,10, quando as mulheres ganhavam 19,2% menos.
Sem considerar o tempo dedicado a afazeres domésticos e cuidados de pessoas, as mulheres trabalhavam, em média, 4,8 horas semanais a menos do que os homens. Mesmo assim, o valor da hora trabalhada também é defasado para as trabalhadoras, que recebem R$ 13, enquanto homens recebem R$ 14,20.
A estratificação entre as raças mostra uma diferença ainda maior para as negras. A proporção de rendimento médio da mulher branca ocupada em relação ao do homem branco ocupado era de 76,2%, um pouco menor que os 79,5% da média geral. Já entre mulher e homem de cor preta ou parda sobe para 80,1%.
Idade - O estudo também mostra que com o passar dos anos, o rendimento médio da mulher em relação aos homens cai. Em 2018, a mulher ocupada de 25 a 29 anos de idade recebia 86,9% do rendimento médio do homem; a de 30 a 39 anos chegava a 81,6% e a de 40 a 49 anos baixava para 74,9%.
A variação é resultado de dois fatores, que são horas trabalhadas e a razão de aumento dos salários com o passar da idade. Em relação às horas trabalhadas, no grupo de 25 a 29 anos de idade ela trabalha cerca de 3,6 horas a menos que o homem da mesma idade e no de grupo de 40 a 49 anos a diferença chega a 5,4 horas em 2018.
Já no quesito de atualização salarial conforme a idade, observou-se que o rendimento médio dos homens de 40 a 49 anos era 59,0% superior ao dos homens de 25 a 29 anos de idade. Entre as mulheres, o rendimento das mais velhas (40 a 49 anos) era 37,0% maior ao das mais jovens (25 a 29 anos).
Ocupações - As mulheres eram maioria entre os Trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0%), Professores do Ensino fundamental (84,0%), Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e dos Trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%).
Entretanto, no grupo de Diretores e gerentes, as mulheres tinham participação de 41,8% e seu rendimento médio (R$ 4.435) correspondia a 71,3% do recebido pelos homens (R$ 6.216). Já entre os Profissionais das ciências e intelectuais, mesmo tendo participação majoritária (63%), as mulheres recebiam 64,8% do rendimento dos homens.
Mesmo em ocupações com maior nível de instrução a desigualdade de salários é verificada. As mulheres tinham rendimentos que representavam 90,5% do recebido pelos nomes homens, entre Professores do Ensino fundamental. Já entre os Professores de universidades e do ensino superior, cuja participação (49,8%) era próxima a dos homens, o rendimento das mulheres equivalia a 82,6% do recebido pelos homens.
Outras ocupações de nível de instrução mais elevado, como Médicos especialistas e Advogados, mostravam participações femininas em torno de 52% e uma diferença maior entre os rendimentos de mulheres e homens, com percentuais de 71,8% e 72,6%, respectivamente.
O grupamento ocupacional com a menor desigualdade é o dos Membros das forças armadas, policiais, bombeiros e militares, no qual o rendimento das mulheres equivale, em média, a 100,7% do rendimento dos homens.
Fonte: Tatiana Marin / Campo Grandes News
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