Mulheres trabalham 73% a mais do que homens em tarefas domésticas

O tempo gasto por semana com afazeres domésticos é maior entre mulheres negras e mais velhas
08/03/2018 06:43 Brasil
Trabalho doméstico: mulheres fazem quase o dobro dos homens em todo o Brasil (demaerre/Thinkstock)
Trabalho doméstico: mulheres fazem quase o dobro dos homens em todo o Brasil (demaerre/Thinkstock)

As mulheres brasileiras trabalham, em média, oito horas a mais por semana em afazeres domésticos ou no cuidado de familiares do que os homens, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilado para marcar o Dia Internacional da Mulher.

Enquanto os homens gastam 10,5 horas por semana com esse tipo de tarefa, as mulheres dispendem 18,1 horas todas as semanas com o cuidado doméstico.

No Nordeste, a situação é mais dramática do que na média do país: os homens trabalham 10,5 horas na semana, mas as mulheres acumulam 19,5 horas, quase 80% a mais.

O Centro-Oeste é a região onde os homens menos participam do cuidado da casa e da família: apenas 9,6 horas por semana. No Norte e no Sul a diferença é quase a mesma, de sete horas a mais de trabalho para as mulheres. No Sudeste, elas trabalham 7,7 horas a mais.

Outros recortes mostram que a desigualdade é mais profunda quando se analisam as diferenças por cor e por faixa etária. As mulheres negras dedicam aos afazeres domésticos quase uma hora semanal a mais que as brancas e em média oito horas a mais do que os homens negros.

Percebe-se, também, que com o passar do tempo, as mulheres assumem cada vez mais tarefas domésticas e de cuidado. O índice também aumenta para os homens, mas em uma proporção bem menor.

Enquanto mulheres de 14 a 29 anos costumam trabalhar 15,8 horas por semana cuidando da casa, homens dessa mesma faixa etária trabalham 9,6. Na velhice, quando ultrapassam os 60 anos, as mulheres já estão trabalhando 19,3 horas por semana, e os homens, apenas 10,8.

Ou seja: ao longo da vida, os homens aumentam em cerca de uma hora o seu trabalho doméstico; as mulheres, em 3,5 — e elas já trabalham mais que eles desde a largada.

Fonte: Luiza Calegari / Exame

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