Nomeado para o BC, Ilan Goldfajn toma posse em cerimônia no Planalto
O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tomou posse no fim da tarde desta quinta-feira (9), informou a assessoria do Presidência da República. Ele substitui Alexandre Tombini, que estava no comando do BC desde 2011.
A cerimônia de posse aconteceu no Palácio do Planalto e foi fechada - jornalistas não puderam acompanhar. Não houve discurso.
Tanto a nomeação de Goldfajn quanto a exoneração de Tombini foram publicadas na edição desta quinta do Diário Oficial da União. Tombini, indicado para o cargo pela presidente afastada Dilma Rousseff, deverá assumir a representação do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em sabatina na terça na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Goldfajn informou que buscará cumprir "plenamente" a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mirando o seu ponto central de 4,5%.
Goldfajn também defendeu, na sabatina, a autonomia do Banco Central, mas não a independência. Também disse ser favorável à fixação, no futuro, de mandatos para presidente e diretores da instituição, o que não existe atualmente.
Em maio, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o governo enviará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso Nacional que trata da autonomia do Banco Central. Segundo ele, porém, o texto não vai prever a criação dos mandatos.
A PEC buscará garantir que o presidente e diretores do BC tenham foro privilegiado. A medida se deve ao fato de o governo Temer ter tirado o status de ministros do cargo de presidente do Banco Central, o que leva à perda do foro privilegiado.
Taxa de juros
A principal missão do BC é o controle da inflação, por meio da fixação, a cada 45 dias, nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), da taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano - o maior nível em quase dez anos.
Em meio à forte recessão que castiga a economia brasileira, o mercado acredita que a tendência é de queda dos juros nos próximos meses. As futuras decisões sobre a taxa de juros serão tomadas por Ilan Goldfajn e pela próxima diretoria do Banco Central.
Com a declaração do novo presidente do BC, de que buscará cumprir "plenamente" a meta de inflação estabelecida pelo CMN, os economistas esperam que o processo de redução dos juros tenha início mais para o fim deste ano.
Isso porque, para 2017, a previsão do mercado financeiro para o IPCA - a inflação oficial do país - está atualmente em 5,5%, ou seja, ainda distante da meta central de 4,5%, embora esteja abaixo do teto de 6% do sistema de metas vigente para o próximo ano.
O sistema de metas de inflação prevê, além do alvo central, uma "folga" para cima e para baixo. Assim, se a inflação fica dentro deste intervalo, que para 2016 vai do piso de 2,5% ao teto de 6,5%, considera-se que a meta foi cumprida.
Fonte: Alexandro Martello, do G1
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