PF pede pacificidade em cumprimento de mandado de reintegração em Caarapó

04/04/2018 15:23 Brasil
Apesar da tensão, os indígenas Guarani Kaiowá estão determinados a resistir. - Crédito: Rafael de Abreu/Cimi
Apesar da tensão, os indígenas Guarani Kaiowá estão determinados a resistir. - Crédito: Rafael de Abreu/Cimi

A qualquer momento a Polícia Federal pode cumprir mandados de reintegração de posse contra indígenas que estão alocados nas áreas denominadas Geroky Guassu e Gapo’y na região do município de Caarapó. Em nota, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou que entre os ocupantes da área, a sensação é de temor e insegurança.

O Dourados News teve acesso ao pedido da Polícia Federal aos indígenas que pede por pacificidade no cumprimento dos mandados através da reintegração voluntária. Em contrapartida, ao Cimi a comunidade afirmou que “não vai abrir mão de nenhum pedaço desse território”.

Ainda de acordo com nota da Polícia Federal, agentes especializados ao contato indígena serão encaminhados de Brasília (DF) para as tratativas com os ocupantes das terras com intenção de proporcionar o melhor diálogo possível evitando conflitos.

NOVO MASSACRE

A divulgação do conselho indigenista afirma que entre as famílias indígenas a sensação é de total insegurança. Eles temem por “novo massacre”. 

“Outro massacre está a caminho’, afirma Kunumi Apyka'i Rory, porta-voz das comunidades da TI.

"Ele faz referência ao ataque de fazendeiros e jagunços fortemente armados que, em junho 2016, assassinaram o agente de saúde indígena Clodiodi Aquiles de Souza, de 23 anos, e deixaram outros seis indígenas feridos por armas de fogo” explicou trecho da nota.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) encaminhou ao Superior Tribunal Federal (STF) o pedido para revogação da ordem de reintegração. Agora, cabe a presidente, ministra Cármen Lúcia, a decisão de acatar ou não o recurso.

“Estamos esperando essa decisão. Se a gente não conseguir, vamos esperar qualquer coisa que for. Estamos aguardando, nos sentindo ameaçados e sentindo insegurança”, afirma Kunumi, que mora na localidade onde Clodiodi foi morto. 

Ele afirmou que apesar da tensão, os indígenas Guarani Kaiowá estão determinados a resistir.  

 

Fonte: Vinicios Araújo / Dourados News

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