Preço da cesta básica sobe em 17 cidades em maio; salário mínimo deveria ser de 3 mil
O preço da cesta básica em maio subiu em 17 das 18 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foi a segunda elevação consecutiva. Segundo a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta terça-feira, 9, as maiores altas foram registradas em cidades do Nordeste: Salvador (10,69%), Fortaleza (8,89%) e Recife (7,73%). Apesar disso, a única capital que teve queda no valor do conjunto de bens alimentícios básicos, Aracaju(-1,58%), também fica na região.
Nos cinco primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2014, todas as cidades acumularam altas que variaram entre 7,20%, em Manaus e 29,95%, em Salvador.
No acumulado de 12 meses até maio, a situação é a mesma, com todas as cidades mostrando elevação do preço na cesta básica. O principal destaque neste recorte também ficou com Salvador, com alta de 25,41% no período. Na sequência, aparece Goiânia (16,94%). E, apesar de ter registrado queda nos preços em maio, Aracaju acumula em 12 meses a terceira maior elevação: 14,66%.
Em termos de valores, o maior custo da cesta básica em maio foi registrado em São Paulo: R$ 402,05, seguido do Rio de Janeiro (R$ 395,23), Florianópolis (R$ 394,29) e Vitória (R$ 387,92). Já os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 277,16), João Pessoa (R$ 303,80) e Natal (R$ 312,41).
De acordo com cálculos do Dieese, em maio, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, segundo conceitos firmados na Constituição, deveria equivaler a R$ 3.377,62, ou 4,29 vezes mais do que o valor do salário mínimo atual, de R$ 788,00. Em maio do ano passado, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 3.079,31 ou 4,25 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 724,00).
Produtos
Os produtos que mais influenciaram a elevação no preço da cesta básica em maio, conforme o Dieese, foram tomate, pão francês, carne bovina, leite e óleo de soja. O destaque entre os vilões ficou com o tomate, que aumentou em todas as cidades avaliadas com taxas de elevação que oscilaram entre 3,02% em Aracaju e 63,94% em Florianópolis. Segundo o órgão, apesar do início da colheita da safra de inverno, a maturação do tomate é mais lenta no frio. "Além disso, houve incidência de pragas, o que reduziu a oferta do fruto. Por outro lado, aumentou a demanda de tomate no Nordeste e no Rio de Janeiro", explicou o Dieese, em nota.
Fonte: Carla Araújo, do Estado de S. Paulo
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