Prédios invadidos por sem-teto acumulam perigos em série em SP

Esqueleto vizinho da praça da Sé está entre casos emblemáticos sob risco
03/05/2018 06:24 Brasil
Fachada do edifício "Caveirão", que fica na rua do Carmo, região da Sé - Eduardo Anizelli/ Folhapress
Fachada do edifício "Caveirão", que fica na rua do Carmo, região da Sé - Eduardo Anizelli/ Folhapress

​​Na rua do Carmo, ao lado da praça da Sé, centro de São Paulo, o guardador de motos Wanderson Bispo, 19, ficou intrigado com os pedestres que passaram a parar na calçada e a observar o edifício invadido onde ele mora.

“Até ontem ninguém via esse prédio. Agora, todo mundo para e fica olhando”, afirma.

Wanderson se refere ao súbito interesse gerado pela segurança de prédios invadidos por sem-teto depois do incêndio seguido de desabamento de um edifício de 24 andares no largo do Paissandu, na madrugada de terça-feira (1º).

O endereço onde vive Wanderson é um esqueleto de um prédio particular —também com 24 andares— que ficou no meio do caminho entre a construção e a sua ruína. Se tivesse sido concluído, deveria ser um edifício-garagem.

Onde existem, as paredes são de tijolos expostos que não chegam a fechar completamente um andar. As pilastras estão tão desgastadas que deixam aparecer as vigas de metal que as sustentam.

Tábuas e pedaços de madeira completam a fachada, e as escadas entre os andares também são de madeira —material combustível em incêndios.

“Eu tenho medo. Mas agora no tempo seco esse prédio não cai. O perigo é quando começa a chover e caem alguns pedaços da laje”, diz Wanderson.

O prédio é só um dos 70 invadidos que deverão ser vistoriados por uma força-tarefa anunciada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) após a queda do edifício ocupado por sem-teto do largo do Paissandu.

Fonte: Fabrício Lobel, Jairo Marques / Folha de S.Paulo

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