Temer faz nova reunião com ministros para avaliar greve dos caminhoneiros
O presidente Michel Temer voltou a se reunir no fim da tarde deste sábado (26) com ministros no Palácio do Planalto para avaliar a greve dos caminhoneiros em todo o país.
A paralisação da categoria chegou ao sexto dia neste sábado. Os protestos são contra o aumento no preço do óleo diesel.
Este é o segundo encontro neste sábado do gabinete de crise criado pelo governo federal para monitorar a paralisação.
No encontro de mais cedo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, informou que a Polícia Federal pediu a prisão de empresários suspeitos de locaute.
Na sexta-feira (25) foi publicado, em edição extra do "Diário Oficial da União", o decreto do governo federal que autorizou o uso das Forças Armadas em todo o território nacional, para desobstrução de vias públicas federais.
A medida foi anunciada depois da crise gerada pelo movimento dos caminhoneiros, que bloqueiam estradas desde segunda (21) em protesto contra o aumento do diesel. O governo quer garantir o abastecimento de produtos de "primeira necessidade", com alimentos e combustível.
Pela manhã, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que as estradas do país possuíam 596 pontos de bloqueio que não interferiam na movimentação de veículos. Segundo o órgão, da meia-noite até as 11h30 deste sábado, 544 pontos foram desfeitos.
Um novo balanço sobre desbloqueio de rodovias deve ser divulgado após a reunião desta tarde.
Após a reunião realizada pela manhã, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, disse que o governo está convicto de que existe a prática de locaute e que a Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar os casos.
Locaute (termo originado a partir da palavra em inglês lock out) é o que acontece quando os patrões de um determinado setor impedem os trabalhadores de exercer a atividade. A prática é proibida por lei.
Na ocasião, Marun afirmou que a PF já fez pedidos para prender empresários que estariam por trás do locaute.
O ministro responsável pela articulação política do Planalto informou ainda que o governo tinha começado a aplicar multas no valor de R$ 100 mil por hora parada para donos de transportadoras.
Ele também disse que o governo estudava contratar motoristas para conduzir os caminhões parados.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, está investigando cerca de 20 pessoas físicas e associações por suposta ação coordenada entre competidores e concorrentes para prejudicar a livre concorrência.
Em um vídeo divulgado no último dia 11, a Federação de Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo fala em “sumir com caminhões” e em “caos para todo lado”, narrando em detalhes as consequências de uma paralisação de caminhoneiros durante cinco dias.
Segundo o Blog do Camarotti, a estratégia do governo será pressionar empresas e empresários do setor de transporte de carga para desmobilizar a paralisação.
Temer decidiu criar um gabinete para monitorar a operação que tem objetivo de desobstruir rodovias e garantir o abastecimento de combustíveis, alimentos, medicamentos e a retomada de serviços. O grupo é comandado pelo ministro Sergio Etchegoyen.
O presidente da República acionou um plano de segurança na sexta diante da negativa dos caminhoneiros em encerrar os bloqueios em rodovias. O governo anunciou acordo com representantes da categoria na quinta, porém os protestos continuaram.
Fonte: Fernanda Calgaro e Gustavo Garcia, G1, Brasília
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