Voluntários começam a receber vacina contra a Covid-19 nesta sexta-feira em Rio Preto
Foto do Governo do Estado de São Pahlo mostra voluntária tomando vacina experimental contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil, no dia 21 de julho, na capital paulista. — Foto: Handout / Governo do Estado de
Mais de 480 voluntários inscritos para participar da terceira fase de testes da vacina chinesa contra a Covid-19 começam a receber a dose nesta sexta-feira (7) em São José do Rio Preto (SP). A vacinação será feita no Centro de Pesquisas Clínicas da Vila Toninho.
A pesquisa na cidade é coordenada pela Faculdade de Medicina Rio Preto (Famerp), um dos 12 polos no Brasil. Serão cadastrados entre 500 e 700 profissionais da saúde em Rio Preto para participar do teste. Até a quinta-feira (6), 482 voluntários estavam inscritos para participar.
Os testes da terceira fase da Coronavac começaram no dia 21 de julho com voluntários da capital paulista. As 20 mil doses produzidas pelo laboratório chinês Sinovac Biotech chegaram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na madrugada de 20 de julho.
Nesta terceira fase de testes, 9 mil voluntários irão receber a vacina contra o coronavírus.
A informação de que parte do teste seria feita em Rio Preto foi divulgada pelo governador estadual, João Doria (PSDB), em um vídeo publicado nas redes sociais na tarde desta terça-feira (4).
“Nós trouxemos 20 mil doses dessa vacina produzidas pelo laboratório Sinovac, em Pequin, na China. É o maior laboratório privado chinês que tem um acordo de cooperação com o Instituto Butantan, que vai produzir a vacina aqui, em São Paulo, muito provavelmente a partir de outubro deste ano”, diz .
A terceira fase de testes da vacina está sendo realizada exclusivamente com médicos e paramédicos, profissionais da saúde que estão mais expostos ao risco de contaminação por coronavírus.
“Até o final de setembro e início de outubro, nove mil pessoas terão feito a testagem e a avaliação durante o período de 90 dias, sob acompanhamento de cientistas, especialista e médicos do Instituto Butantan e também de uma comissão internacional de supervisores”, diz.
O governador do Estado de São Paulo informou que, se não ocorrer nenhuma interferência, o Instituto Butantan poderá produzir a vacina a partir do mês de outubro.
"O Butatan tem tecnologia, capacitação, pessoal, estrutura e tradição na produção em massa de vacinas, aliás já é o maior produtor de vacina do hemisfério sul. A vacina será disponibilizada para o Ministério da Saúde que, por sua vez, fará a vacinação dos brasileiros contra o coronavírus", diz.
De acordo com chefe do Laboratório de Virologia da Famerp, Maurício Lacerda Nogueira, serão escolhidos até 700 profissionais da saúde em Rio Preto. Uma das vagas pode ser da enfermeira Luciana da Silva Longhi.
A inscrição dos voluntários é feita pela internet. O candidato preenche um formulário e passa por uma triagem antes de ser convocado para o estudo.
Durante o período de um ano, uma equipe formada por mais ou menos 15 profissionais acompanhará os participantes e coletará informações.
Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante em um intervalo de 14 dias e a outra receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito.
Os profissionais de saúde serão monitorados pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à Covid-19.
Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem recebeu o placebo.
A vacina da Sinovac já foi aprovada para testes clínicos na China. Ela usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
Sendo assim, a vacina implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é imunizado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
Fonte: G1
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