Antes motivo de demissão, uso de WhatsApp agora é exigência do mercado

Novos pré-requisitos nas agências de emprego vão de ter celular ao domínio de aplicativos para contato com clientes
25/09/2018 12:48 Concursos e Emprego
Marmitaria Ortiz oferece os serviços via WhatsApp. (Foto: Marina Pacheco)
Marmitaria Ortiz oferece os serviços via WhatsApp. (Foto: Marina Pacheco)

As exigências no mercado de trabalho não param e uma ação que antes era tratada como problema hoje pode ser indispensável. A propriedade de um celular e domínio de aplicativos de mensagens como o WhatsApp, por exemplo, já são pedidos comuns nas agências de emprego de Campo Grande.

Relatos de punições e até demissão por uso inadequado das redes sociais não são incomuns, mas diante do inevitável crescimento dessa forma de comunicação, elas se tornaram também aliados tanto de empregador quanto de quem procura trabalho. Passaram a ser requisito.

A professora do curso de Psicologia e especialista em Psicologia Organizacional Juliana Cintra Marques Ferreira, explica que a exigência abrange diversos setores. “Com o crescente do uso das tecnologias no ambiente de trabalho, podemos chegar a um momento em que o WhatsApp, em determinados serviços, seja pré-requisito para a contratação do funcionário. Já percebemos que há empresas que utilizam essa ferramenta de bate-papo tão popular como um meio de comunicação com seus clientes ou fornecedores. Os veículos de comunicação, o varejo - principalmente, lojas com perfis em rede social e que vendam online -, na área médica ou de estética e até no período de campanha eleitoral”, explica. “[...] não só com objetivo de venda, mas como meio de comunicação com seu público alvo/consumidor, por isso, o empregador pode passar a exigir o conhecimento e domínio da ferramenta como um critério para a contratação, conforme a função que esse novo colaborar terá”, completa.

A especialista pontua que o próprio WhatsApp percebeu o potencial para comércio, que desenvolveu sua versão corporativa. E lembra que pesquisa divulgada no início do ano, revelou que quatro a cada cinco pequenas empresas no Brasil usam o WhatsApp como ferramenta de trabalho, de acordo com um levantamento da Morning Consult, feita a pedido do Facebook, dona do aplicativo de bate-papo.

Juliana concorda que os “novos pré-requisitos” têm relação com o aumento de empresas homework, mas pontua que o fato não se limita a isso, pois a agilidade na comunicação e entrega das mensagens agrada qualquer um.

Mas como filtrar? O WhatsApp é um aplicativo popular usado pela maioria das pessoas, mas não basta saber mexer, as empresas querem domínio e boa comunicação.

“Usar diariamente o aplicativo de bate-papo não significa que as pessoas tenham conhecimento de todos os recursos que ele disponibiliza. É válido que o candidato se questione o quanto ele sabe sobre o WhatsApp e quais recursos esse aplicativo possui que possam beneficiar a empresa contratante”, explica.

A Marmitaria Ortiz, por exemplo, oferece os serviços via WhasApp. A empresa admite que o aplicativo agiliza a comunicação com o cliente e que o domínio da ferramenta é fundamental.

O diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho), Cleiton Freitas Franco garante que a exigência desse pré-requisito tem sido mais comum do que se imagina.

“Outro dia surgiu uma exigência como essa, para uma vaga de supervisor de vendas e o objetivo do pedido era para que o interessado tivesse comunicação interna entre a empresa e o grupo. Também foi solicitada uma vaga para técnico em eletrônica, onde o empregador exigia que o trabalhador tivesse um celular com sistema Android, acredito que fosse para baixar aplicativos para fazer manutenção e reportar-se à empresa”, disse.

Franco que é engenheiro eletricista e engenheiro em segurança no trabalho garante que o pedido é tendência para o futuro no mercado de trabalho. “A tecnologia está inserida em tudo que você vê, crianças de 3, 4 e 5 anos já estão mexendo no celular, então a parte de comunicação, vendas e comércio, são setores que mais vão utilizar mais essa tecnologia. E por que as empresas querem pessoas que tenham esse perfil? Porque, além de vender na loja, a pessoa vai passar informações em outros grupos, como forma de propaganda. Hoje a rede social é o top no mercado”, finalizou.

Juliana reitera que pode ser um diferencial, o candidato chegar a entrevista conhecendo o aplicativo, que além do lazer, é um grande aliado do negócio.

Confira alguns critérios:
- Boa comunicação com o cliente, ou seja, uma linguagem adequada, cordialidade, digitação e português corretos.
- Agilidade na resposta
- Saber como montar uma lista de transmissão
- Saber criar grupos por afinidades de interesses

Fonte: Danielle Valentim / Campo Grandes News

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