Banda Los Volks alcança mercado internacional com juventude, rock e MPB

Grupo de Guarujá, no litoral paulista, teve canção incluída em coletânea lançada nos Estados Unidos e tocada em rádios de diversos países.
13/03/2018 06:52 Cultura / Lazer
Banda Los Volks, de Guarujá, SP (Foto: Divulgação)
Banda Los Volks, de Guarujá, SP (Foto: Divulgação)

Eles são jovens, com idades entre 19 e 21 anos, e precisam conciliar a música com os estudos e o trabalho. Ainda assim, os integrantes da banda Los Volks, de Guarujá, no litoral paulista, já conquistaram notoriedade e espaço dignos de grupos veteranos, inclusive fora do país.

Criada em 2014 como um trio, a banda hoje tem em sua formação Pablo Mello (voz, guitarra e violão), Carolyn Areias (voz), Vinícius de Souza (voz, guitarra e violão), Isabella Araújo (baixo) e Vinícius Santos (bateria e percussão).

As músicas, que mesclam MPB, indie rock e alternativo, têm letras em português e inglês, fato que acabou abrindo portas para a Los Volks alçar voos no mercado internacional. Em 2017, a canção “Fire”, do EP “Luna”, foi incluída na coletânea “Sound Of A Spark”, da gravadora americana Fast Factory Records. Com o lançamento, a faixa ganhou destaque em rádios de diversos países, como a ISX-Radio (EUA), a Control Radio (Reino Unido) e as australianas Valley FM 89,5 e Banks Radio. Nas duas últimas, inclusive, a música ficou entre as mais pedidas pelos ouvintes.

A Los Volks tem em sua discografia um single, “Tarde de Domingo”, e dois EPs, “Suburbanos Em Crise” e “Luna”, o último produzido por Lucas Real Fernandes, baterista do Jorge Ben Jor. A banda, agora, trabalha na produção e composição de seu primeiro álbum completo, mais conectado às nuances da MPB.

Em entrevista ao G1, Pablo Mello falou um pouco mais sobre a banda, suas influências, ideias e projetos:

G1 - Quais são as bandas/músicos que influenciaram ou ainda influenciam o grupo?
Já pensando nas canções desse novo trabalho, temos olhado especialmente para alguns nomes da música popular brasileira dos anos 70, como Clube da Esquina, Caetano Veloso, Belchior, entre outros. Ainda assim, nos influenciamos também por alguns grupos contemporâneos, como A Banda Mais Bonita da Cidade e Plutão Já Foi Planeta.

G1 - Como é o processo criativo para a composição das músicas?
Algumas músicas são minhas, outras do Vinícius de Souza. Na maior parte das vezes, simplesmente levamos as faixas para os ensaios e ali decidimos sobre seguir adiante ou não com elas. Trabalhamos nos arranjos juntos, em estúdio, no entanto, o “cru” das canções acaba vindo antes. No meu caso, não penso em um processo de composição único. Uma canção pode surgir a partir de uma poesia, melodia ou até mesmo de um simples flash criativo, no qual ambos surgem à mente quase que de modo simultâneo.

G1 - De onde vem a inspiração para as letras?
Novamente com um olhar mais voltado às canções ainda não lançadas do novo disco, incluindo o single “Tarde de Domingo”, que deve integrá-lo, acredito que as letras surgem a partir do convívio, somado à nossa própria forma de lidar com a vida como um todo.

G1 - Como vocês avaliam o espaço dado às bandas do seu estilo musical na região e no Brasil?
Como em todos os gêneros musicais, existe um nicho específico para o que buscamos hoje. Acreditamos, no entanto, que atualmente é primordial que o artista ou banda inicialmente conquiste o seu próprio público, produzindo um material mais sólido para as redes, para somente a partir daí conquistar o seu espaço com shows e afins. A produção desse material é, inclusive, um dos pontos de partida para a realização do nosso debut. Além, é claro, do fator artístico e do entendimento mútuo de que é o melhor caminho neste momento.

G1 - Quais as maiores dificuldades que a banda enfrenta hoje?
Somos uma banda formada por jovens de 19, 20, 21 anos... Todos têm de lidar com compromissos à parte durante o cotidiano. É trabalho, é faculdade, e assim por diante. No entanto, em meio a tudo isso, o nosso real adversário é o fator monetário, que muitas vezes nos obriga a optar entre determinadas produções de conteúdo, ao invés de outras do mesmo grau de importância.

G1 - MP3, aplicativos de música... Aliados ou inimigos do crescimento de bandas com poucos recursos?
Mais do que aliados, são essenciais para a divulgação do material de qualquer artista ou banda independente atualmente. Essas plataformas possibilitam que o nosso som chegue ao lugar mais importante, que é o fácil acesso a quem quer nos ouvir.

G1 - Viver de música: possível ou utopia? Por quê?
É completamente possível, mas exige um duro investimento e trabalho para que se possa enxergar isso dessa forma. Principalmente para quem ainda está no início, salvo a exceção dos hits instantâneos que a internet gera anualmente. O ideal é ter em mente que o grande caminho para esse status é justamente a profissionalização do material produzido, somada a uma gestão de redes sociais e afins.

G1 - Quais os projetos da banda para os próximos anos?
Em 2018, o nosso foco está totalmente voltado para a gravação e produção do nosso primeiro álbum de estúdio. Até o fim deste ano, devemos terminar todas as faixas, além de um videoclipe. A previsão de lançamento do disco é para o início de 2019.

Fonte: Ivair Vieira Jr, G1 Santos

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