Campo Grande comemora 115 anos nesta terça-feira
Campo Grande comemora nesta terça-feira (26), 115 anos de emancipação política e administrativa. Apesar de já centenária, a maior cidade do Estado, foi elevada ao posto de Capital apenas após a divisão do então Mato Grosso, em 1978. Antes, o município era referência na parte Sul, porém, as decisões políticas locais aconteciam sempre por Cuiabá.
Com mais de 830 mil habitantes segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a ‘Cidade Morena’, como é conhecida, é a terceira maior da região Centro-Oeste, atrás apenas de Brasília (DF) e Goiânia (GO) e recebe cada vez mais pessoas de diversas partes do país em busca de oportunidades.
Suas ruas e avenidas largas e belas paisagens, aliando a modernidade da arquitetura e urbanismo com a fauna pantaneira e regiões ainda bucólicas, dão o toque aos visitantes que se encantam.
A cidade também proporciona fácil acesso a pontos turísticos do Mato Grosso do Sul, como Bonito, Jardim e Corumbá e saída do Trem do Pantanal, que faz a ligação com as belezas da maior planície alagada do planeta. Sua vocação é de turismo de negócios, onde os maiores eventos do Estado são realizados no local.
Na gastronomia, Campo Grande também apresenta as mais variadas opções e que vão desde os pratos feitos à base de peixes regionais, até culinárias mais sofisticadas. A cidade é polo regional na saúde e também na prestação de serviços.
Um pouco da história
De acordo com o Acervo Histórico de Campo Grande, a exploração de minas de ouro em Cuiabá no século XVIII, permitiu a intensificação do trânsito das bandeiras paulistas no Sul de Mato Grosso. Entre as rotas fluviais utilizadas Anhanduí-Guaçu e o rio Anhanduí, este último formado pelos córregos Prosa e Segredo, onde mais tarde surge o povoado de Campo Grande.
Após a Guerra com o Paraguai intensifica-se a migração para o Sul de Mato Grosso. Em 1872, José Antônio Pereira acompanhado de dois filhos e mais alguns homens saem de Monte Alegre, Minas Gerais, de onde outros já haviam saído, rumo às terras do Sul de Mato Grosso. José Antônio Pereira encontra, nesta região, o poconeano João Nepomuceno e algumas famílias camapuanas fixadas ao longo do córrego Prosa, onde cultivavam suas roças.
Em agosto de 1875 chega a Campo Grande José Antônio Pereira, conduzindo sua expedição composta de onze carros mineiros, os quais, além das provisões necessárias aos primeiros tempos, traziam também sementes, mudas diversas, inclusive cana-de-açúcar e café. Em seguida à sua chegada José Antônio Pereira se entende com Manuel Vieira de Souza, e se juntam para organizar a ocupação de Campo Grande.
Em pouco tempo Campo Grande adquire características de um vilarejo em franco desenvolvimento. As qualidades do lugar, ou seja, a fertilidade do solo e a facilidade de se conseguir terra para instalar suas fazendas, atraem outros migrantes vindos das diferentes Províncias.
No início de 1889, o mestre-escola José Rodrigues Benfica, gaúcho e ex-combatente da Guerra com o Paraguai, atendendo o apelo de alguns cidadãos do arraial, funda a primeira escola do lugar. Coube a este professor, falecido em 1905, a responsabilidade de educar a primeira geração de campo-grandenses.
Este melhoramento se junta a outros, os quais levam o governo da província de Mato Grosso, através da Lei Provincial n°792, de 23 de novembro de 1889, a criar no município de Nioaque o distrito de Paz de Campo Grande. E dez anos depois, a Lei n. 225, de 26 de agosto de 1899, eleva Campo Grande à categoria de vila e determina a criação do município.
Dois anos antes dessa determinação de Pedro Celestino, em 1907, chegam a Campo Grande, a serviço da Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, o engenheiro Emílio Schcnoor e sua comitiva para estudar o terreno e definir o traçado da ferrovia.
O contrato assinado entre o governo federal e a Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, permite a esta companhia interferir na estruturação de área urbana, elaborando para aquelas cidades situadas no traçado ferroviário, um planejamento para disciplinar a ocupação urbana e sugere às Intendências Municipais, um Código de Postura, no qual, além de estabelecer diretrizes de ocupação, define algumas medidas de higiene e saúde pública. Com isso, as cidades ganham um traçado xadrez onde, além de reordenar a aglomeração existente, prevê a expansão urbana.
Em 14 de outubro de 1914 chega a Campo Grande a comitiva que realizava a inauguração oficial da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
A ferrovia provoca o afluxo de imigrantes e migrantes, sendo que entre estes últimos estão os funcionários da Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Eles vêm para atender os diferentes serviços e de acordo com os interesses dessa companhia alguns funcionários permanecem definitivamente na cidade, outros são remanejados.
A partir de 1930, Campo Grande, tendo em vista sua importância socioeconômica e política, concentra as discussões sobre a divisão do Estado. Os campo-grandenses objetivando apoio para o movimento divisionista, participam, ativamente, da Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas e da Revolução Constitucionalista de 1932, esta última é uma reação dos paulistas contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas.
O então presidente e os Constituintes não aprovam a divisão do Estado, mas a população se mantém fiel ao movimento divisionista até 1977, quando Ernesto Geisel promulga a Lei Complementar n°31 que cria o Estado de Mato Grosso do Sul e Campo Grande é elevada à condição de capital. (Com informações da revista Arca).
Fonte: Dourados News
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