Cauã Reymond é o protagonista do Filme A Curva que esta sendo gravado na fronteira

22/06/2015 16:39 Cultura / Lazer
Foto que o ator postou em sua página oficial no Facebook.. Reprodução/Facebook
Foto que o ator postou em sua página oficial no Facebook.. Reprodução/Facebook

O ator Cauã Reymond já está em Bela Vista na fronteira do Mato Grosso do Sul (Brasil) com Bella Vista Paraguai fazendo o papel de protagonista no elenco de Curva de Rio Sujo, filme de Felipe Bragança baseado no livro de contos homônimo de Joca Reiners Terron.

Cauã Reymond esta interpretando "o motoqueiro Dezembro", O ator carioca esteve em três filmes: no papel principal de Se Nada Mais Der Certo, vencedor do Festival do Rio 2008, e como coadjuvante em À Deriva e Divã.

Bragança comprou os direitos para levar os fragmentos autobiográficos de Joca ao cinema. Antes, ele assinou os roteiros da minissérie da HBO Alice e dos filmes O Céu de Suely, de Karim Aïnouz, e No Meu Lugar, estreia de Eduardo Valente. Já Bragança iniciou sua carreira de longa-metragista com A Fuga, a Raiva, a Dança, a Bunda, a Boca, a Calma, a Vida, a Fuga da Mulher Gorila (mais comumente abreviado para A Fuga da Mulher Gorila). Parceria com Marina Meliande, o filme foi campeão na Mostra de Tiradentes.

O filme
De acordo com Camila Tavares a memória de uma família é o fio condutor de Curva de rio sujo, quinto livro do mato-grossense Joca Reiners Terron. Não se trata de uma família inventada, mas do clã do próprio escritor. Sem ter a pretensão de ser autobiográfico, o escritor, editor e designer gráfico atravessa águas caudalosas e ficcionaliza histórias de seu passado. Participante da chamada geração 90, Terron deixa de lado o cenário urbano e ambienta os contos nas paisagens de sua terra natal. As 26 histórias que compõem o livro apresentam pais, avós, tios e primas de Terron. Mas um dos personagens mais importantes do livro é o rio, presente em quase todas as narrativas.

Já pelo título, pode-se ter uma idéia do que vem pela frente. Recuperando o ditado popular que diz "curva de rio sujo só junta tranqueira", o escritor abre o livro afirmando que a "memória é uma curva de rio sujo". Assim são as recordações de Terron. Nada de histórias bucólicas e um passado feliz. Ali está a realidade de um Mato Grosso povoado por capangas, índios hostis, motoqueiros que morrem em rachas, incesto e abuso sexual.

O livro é dividido em duas partes – a infância e a vida adulta do autor. O conto que abre a primeira parte ("O rugir do passado, seus dias incompletos à tona do presente, urge o tempo, ardem as têmporas, 8 de maio de 1945") apresenta a família do escritor e marca o ritmo de leitura do livro. Os parágrafos são curtos e quase independentes, como o fluxo do pensamento. É como se Terron escrevesse à medida que vai se lembrando de alguém ou de uma história.

A primeira parte também abriga as brincadeiras da infância e mostra as influências do autor. Em "Monarks atravessam o Apa", a imaginação do menino une personagens clássicos da literatura. Às margens do rio Apa, Peter Pan (tratado como "El Pan"), Huckleberry Finn (o colega de Tom Sawyer na obra de Mark Twain), e Nemecek, (herói de Os Meninos da Rua Paulo, do húngaro Ferenc Molnár) juntam-se ao narrador e passam por aventuras.

As temáticas da segunda metade do livro são maduras. A violência e a solidão da cidade estão mais presentes nessas narrativas, salpicadas de referências a livros, televisão, músicas e filmes. "Um drive-in sob o céu da boca", por exemplo, homenageia divas do cinema como Rita Hayworth, Ava Gardner e Marilyn Monroe. Para fechar em grande estilo, "O último vagão some, os trilhos e a música". O conto é uma declaração atormentada de amor à literatura e ao ofício de escritor. “Trem é uma coisa que não existe. Assim como condutor, destino ou máquina de escrever. Alguns escritores acreditam que escrever à máquina faz a literatura existir, mas, se condutor e destino desapareceram, o que dizer da literatura?” O conto mostra como um escritor cria personagens e cenários com palavras simples.

Mais do que um álbum de família, Curva de rio sujo mostra as cores e paisagens da infância de Terron. Vale a pena viajar com o autor pelas águas de sua memória e conferir que “tranqueiras” o seu rio juntou.

(com informações Rolling Stones, site oficial Cauã Reymond)

 

Fonte: Lile Corrêa, do GuinnessBrasil

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