Vigia transforma folhas de jornal em artesanato e reforça renda
A profissão de Hortêncio Gomes de Melo Filho é vigia noturno, mas a vocação é para o artesanato. Com vários materiais recicláveis e muita folha de jornal e revista, o artesão transforma o que iria para o lixo em objetos de decoração, guarda livro, vaso de flores, cofrinho para moedas, cesto de roupa e cobertores, entre outros artigos utilizados no dia a dia.
Hortêncio começou a fabricar os primeiros objetos há oito anos, depois de participar de um projeto desenvolvido pelo Senai, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) na Vila São Braz, em Dourados. De lá pra cá despesas com água, luz, alimentação entre outros gastos mensais começaram a ser pagos com o dinheiro do artesanato.
Para o vigia artesão, além de ser um incremento no orçamento, trabalhar com o artesanato é uma terapia. “Eu trabalho uma noite sim e outra não. Todos os dias estou em casa e na maioria das vezes ficava parado, sem fazer nada. Agora eu tenho algo para fazer, que me ajuda a pagar as contas e também como uma ocupação para mente nestes momentos vagos”, disse Hortêncio. E o trabalho não é fácil. Em um dia, o artesão produz apenas duas peças pequenas, que utiliza aproximadamente 80 folhas de jornais cada. Já, para uma peça do tamanho médio, onde é usada uma média de 150 a 200 páginas de jornal, o artesão passa o dia inteiro na confecção. Quando o pedido é para um artigo grande, como cesto de roupa e para cobertores, Hortêncio chega a ficar cinco dias envolvido na mesma peça. Os preços variam, alguns artesanatos custam apenas R$ 5,00 já outros chegam a ser vendidos a R$ 150,00.
“O mais demorado é enrolar os jornais e deixá-los na forma de canudos. Depois é rápido e, com a prática que vamos adquirindo, vai ficando cada vez mais fácil. Não vejo o tempo passar e também não consigo ficar parado, tenho que sempre estar mexendo com alguma coisa”, ressaltou. Todo processo de confecção das peças é feito em frente a casa. Além do jornal, revista, papelão, fibra de bananeira e materiais recicláveis, Hortêncio também usa miçangas. São diversas formas de animais produzidos com pedrinhas. “Estou sempre buscando algo novo e, com a ajuda da minha esposa, comecei a fazer esses bichinhos com miçanga agora. Como todos os artistas, temos que sempre estar inovando”, brincou o artesão.
Os jornais para fazer as peças são todos comprados aos fardos. Em dez quilos de jornal, Hortêncio paga R$ 6,00. Segundo o artesão, jornais velhos não são reutilizados. Os papelões e outros artigos, ele busca em entidades que mexem com produtos recicláveis, além de mercados e padarias. O vigia ainda dá um recado de conscientização às pessoas.
“Se todos tivessem o hábito de separar os materiais, elas ajudariam muitas pessoas e o meio ambiente. Vários homens e mulheres tiram o sustento recolhendo material reciclável, que muitas vezes não pode ser utilizado por conta de estar em contato ou misturado com outros artigos que não podem ser reutilizados”, lembrou.
As peças produzidas por Hortêncio são vendidas em outros municípios como Fátima do Sul e Laguna Carapã.
Serviço
Para conhecer mais o trabalho do artesão, basta entrar em contato através do (67) 3424-9739, ou ir até a casa de Hortêncio, na rua Anúncia Salvadora Colman, 155, Vila São Braz.
Fonte: Dourados Agora
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