Bolsa de Nova York fecha em queda de 4,15%, em dia de alta volatilidade

Mercados oscilaram diante de incertezas sobre economia americana; queda influenciou bolsas de valores no mundo, como a brasileira, que recuou mais de 1%.
09/02/2018 05:07 Economia
Bolsas dos EUA registram mais um dia de queda de nervosismo nesta quinta-feira (8) (Foto: AP Photo/Richard Drew)
Bolsas dos EUA registram mais um dia de queda de nervosismo nesta quinta-feira (8) (Foto: AP Photo/Richard Drew)

As bolsas dos EUA voltaram a cair forte nesta quinta-feira (8), com investidores ainda nervosos diante da persistência da volatilidade nos mercados financeiros após as piores quedas em mais de dois anos e meio no início da semana. Os três principais índices de ações do mercado americano fecharam com alta superior a 3%.

Dow Jones, o principal índice da bolsa de Nova York, fechou em queda de 4,15%;
Nasdaq, que reúne as principais ações da bolsa de tecnologia dos EUA, caiu 3,9%;
S&P 500, que reúne as 500 ações mais importantes da bolsa de NY e da Nasdaq, recuou 3,75%.

O nervosismo no mercado acionário americano contaminou outras bolsas de valores. No Brasil, a bolsa brasileira fechou em queda superior a 1% nesta quinta-feira (8).

O efeito também foi sentido no mercado de câmbio e levou a uma valorização do dólar em relação a outras moedas. Em relação ao real, o dólar subiu 0,22% e alcançou R$ 3,28 nesta quinta-feira.

"A poeira ainda não baixou, e eu acho que tanto compradores quanto vendedores estão tentando descobrir o que o mercado realmente quer fazer", disse à Reuters Jonathan Corpina, gerente sênior da consultoria Meridian Equity Partners em New York.

Desde a última sexta-feira, o mercado financeiro americano opera em alta volatilidade. Depois de sucessivas altas, o índice Dow Jones despencou no fim da semana passada, voltou a subir na segunda-feira e teve nova queda nesta quinta-feira.

Temor sobre alta dos juros

O pânico nas bolsas de valores começou com a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho americano, que mostraram uma evolução nos salários acima do esperado. Esse indicador trouxe preocupações sobre pressões inflacionárias nos EUA, que poderiam motivar uma alta da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) acima do esperado pelo mercado.

As incertezas sobre a economia mexeram também com os juros cobrados nos títulos americanos, os chamados Treasuries. Os juros dos títulos emitidos com vencimento em 10 anos subiram nesta quinta-feira e alcançaram até 2,884%, acima dos valores do dia anterior e perto da máxima registrada na última segunda-feira, de 2,885%, maior valor em 4 anos.

Esse movimento dos rendimentos dos títulos significa que parte do mercado já está precificando uma alta maior que o previsto anteriormente dos juros pelo Fed. E afeta diretamente a bolsa de valores.

Uma eventual alta dos juros influencia negativamente o mercado de ações por 2 motivos:

  1. O investimento em títulos americanos fica mais atrativo quando o juro aumenta, atraindo parte do capital investido em ações;
  2. O custo do crédito fica mais caro para as empresas quando o juro básico sobe.

Incertezas

Neste momento, os investidores avaliam se as fortes movimentações nos preços foram o início de uma correção mais profunda ou apenas um percalço temporário na sequência de altas do mercado nos últimos nove anos, de acordo com a Reuters.

O principal índice de volatilidade do mercado, o Índice de Volatilidade CBOE, caiu para 26,18 nesta quinta-feira, ainda mais do que o dobro do nível que sustentou nos últimos meses. Na terça-feira, o índice atingiu o nível mais alto desde agosto de 2015.

"Ainda que a volatilidade nos mercados tenha diminuído nos últimos dois dias, ela permanece em níveis muito altos -provavelmente um sinal de nervosismo entre investidores que podem deixar os mercados vulneráveis a novas quedas", disse à Reuters Craig Erlam, analista sênior de mercado na Oanda.

Fonte: G1

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