Bovespa fecha em queda de quase 4%

01/12/2016 18:59 Economia

A Bovespa encerrou o primeiro pregão de dezembro com queda de quase 4%, abaixo dos 60 mil pontos, em meio à cautela com o cenário político doméstico e receios com notícias sobre acordo de leniência da Odebrecht.

O Ibovespa caiu 3,88%, a 59.506 pontos, menor patamar de fechamento desde 11 de novembro e a maior queda diária desde 2 de fevereiro (-4,87%).

Já o dólar subiu 2,39%, cotado a R$ 3,4685 para venda, a maior cotação desde o dia 16 de junho.

O último mês do ano começou com volume financeiro elevado, somando R$ 11,9 bilhões, acima da média diária para o ano até a véspera, de R$ 7,37 bilhões.

Destaques do dia
Apenas 3 dos 58 papéis listados na Bovespa fecharam am alta.

As ações do Itaú Unibanco recuavam 4,57%, tendo no radar a nova fase da operação Zelotes e após a alta da véspera, de quase 2%. Bradesco perdeu 5,58% nas ações preferenciais.

Petrobras PN teve teve baixa de 3,5%, enquanto Petrobras ON recuou 1,41%, cedendo ao mau humor da sessão e anulando os ganhos vistos mais cedo. A forte valorização das ações na véspera também abriu espaço para um movimento de realização de lucros, apesar de nova alta nos preços do petróleo. Na quarta-feira, as ações da petroleira subiram mais de 8% após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciar seu primeiro acordo para corte de produção desde 2008, o que fez o preço do petróleo disparar.

Natura liderou as baixas do dia, com desvalorização de 11,76%, com operadores citando que o cenário político conturbado deteriora a perspectiva de melhora na economia, pressionando ações de setores como varejo e consumo, diz a Reuters.

Vale PNA cedeu 0,98%, enquanto Vale ON subiu 1,46%, com os papéis perdendo o fôlego perto da reta final do pregão, contaminados pelo mau humor geral.

Embraer avançou 2,11%, liderando as liderando as poucas altas do Ibovespa, em sessão de alta no dólar ante o real.

Cenário local
Segundo a Reuters, o cenário político voltou ao radar com equipe da força-tarefa da Lava Jato ameaçando renunciar se o pacote de medidas contra a corrupção for aprovado como passou na madrugada de quarta-feira na Câmara do Deputados, em texto sem diversos pontos do original e com a inclusão de temas polêmicos, como a punição a juízes e procuradores.

Os receios com o cenário político foram ampliados perto da reta final do pregão por notícias de que a Odebrecht começou a assinar acordo de colaboração com os procuradores da operação Lava Jato.

O mau humor foi predominante na sessão que iniciou o dia pressionada ainda por uma nova fase da operação Zelotes, com a Polícia Federal investigando suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tendo entre os alvos o Itaú Unibanco e o BankBoston.
Queda de 4,65% em novembro

Na véspera, a Bovespa fechou em alta de 1,51% nesta quarta-feira (30), aos 61.906 pontos, mas acumulou queda de 4,65% no mês de novembro, a primeira perda mensal desde maio, quando caiu 10%.

Mesmo com a alta desta quinta, a bolsa ainda acumula gamhos de mais de 37% no ano.

 

Fonte: G1

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