Presidente da BRF renuncia ao cargo
A BRF informou que José Aurélio Drummond Jr. apresentou nesta segunda-feira carta de renúncia ao cargo de diretor presidente global e de membro do conselho de administração da companhia.
De acordo com o fato relevante, o diretor financeiro e de relações com investidores, Lorival Nogueira Luz Jr., foi designado pelo conselho de administração da BRF para assumir o cargo interinamente, acumulando com suas funções atuais.
"Os conselheiros manifestaram os votos de agradecimento pelo empenho, dedicação e significativa contribuição do Sr. José Aurélio Drummond Jr", conclui o comunicado enviado à CVM às 17h31.
A BRF passa por grave crise. A renúncia de Drummond acontece quatro dias depois do anúncio da saída do empresário Abílio Diniz do comando do conselho, que presidia desde 2013.
Na quinta-feira (19) o Conselho de Administração da BRF aprovou a indicação do nome do presidente da Petrobras, Pedro Parente, para assumir o comando do colegiado da maior processadora de alimentos do Brasil.
Parente será o nome recomendado pelo conselho atual à assembleia de acionistas marcada para a próxima quinta-feira (26).
Diniz deixará o comando do conselho, que presidia com apoio do fundo Tarpon, em um acerto costurado por seus maiores adversários no conjunto dos acionistas: os fundos de pensão Petros (da Petrobras) e Previ (do Banco do Brasil).
A BRF foi afetada diretamente pela Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na produção de carnes no país —na quinta-feira (19), a União Europeia descredenciou 12 fábricas exportadoras de frango sob suspeita da empresa
Em 2017, a empresa perdeu seu presidente-executivo, o executivo do Tarpon Pedro Faria, abatido pela crise. O braço direito de Abílio no dia-a-dia da BRF, o vice-presidente José Roberto Pernomian Rodrigues, saiu após ser condenado em segunda instância por uma fraude em outra empresa.
Dois ex-conselheiros foram implicados como infiltrados da JBS no escopo da delação da rival e outro, o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine, acabou preso pela Operação Lava Jato.
A resultante dessa tempestade foi um prejuízo recorde de R$ 1,1 bilhão registrado no ano passado, o estopim para que os fundos de pensão pedissem a cabeça de Abílio e sugerissem uma nova chapa à assembleia dos acionistas, encabeçada pelo executivo Augusto Cruz, no fim de fevereiro.
Fonte: Folha de S.Paulo
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