Produtores debatem os desafios para se obter a alta produtividade da soja

27/05/2014 10:19 Economia
A alta produtividade da soja foi o tema central na manhã desta segunda-feira no Simpósio da Agricultura da 50ª Expoagro. Foto: Dirceu Hall/DHE Produçã
A alta produtividade da soja foi o tema central na manhã desta segunda-feira no Simpósio da Agricultura da 50ª Expoagro. Foto: Dirceu Hall/DHE Produçã

A alta produtividade da soja foi o tema central da abertura do 13º Simpósio da Agricultura, realizado nesta segunda-feira (26) durante a 50ª Expoagro (Exposição Agropecuária Internacional de Dourados). O evento, promovido pelo CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil), Unigran, GPP (Grupo Plantio na Palha) Dourados e pelo Sindicato Rural de Dourados, atraiu aproximadamente 200 produtores rurais de Dourados e região.
A primeira palestra da manhã foi ministrada pelo diretor-presidente do CESB Orlando Martins. O engenheiro agrônomo explicou que o CESB, criado há seis anos por diferentes profissionais do agronegócio, discute e busca compreender como alcançar altas produtividades na cultura da soja. “Dominar a tecnologia e a produção de 90 sacas por hectare dentro de cinco, seis anos é o nosso objetivo. Não é fácil, mas não é impossível”, disse.
Por isso, o Comitê criou o Desafio Nacional de Máxima Produtividade, em que o agricultor, de acordo com a região do país, inscreve uma área de dez hectares, adotando um conjunto de elementos para aumentar a produtividade. Os ganhadores têm seu sistema estudado para que possa ser colocado em prática por outros produtores. “Estamos vendo aflorar as produtividades no Brasil e temos que entender como funcionam os processos. É uma busca contínua de aprimoramento de tecnologias”, falou Martins.
Atento ao potencial de produtividade da soja do Brasil, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) projeta que mais de 10% da área de soja plantada no Brasil adote algumas das recomendações sugeridas pela entidade para alcançar de 67 a 90 sacas/ha até 2020. Baseado nos resultados dos vencedores do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja (concurso promovido pela entidade desde 2008), que, na edição de 2013//2014 apresentaram produtividades acima de 100 sacas/há e 112% maior que a média nacional, o Comitê acredita que no período de 5 anos a produção nacional alcance a média de 4.000kg/ha (67 sacas/ha).
“Apesar de o objetivo ser ambicioso, as médias de produtividade do Desafio já mostram que os produtores nacionais com boa base tecnológica têm capacidade para alcançar a produtividade de 90 sacas/ha”, afirma Orlando Martins, presidente do Comitê. “Com isso, o CESB quer criar um ambiente em que o uso da tecnologia seja mais divulgado e utilizado nas lavouras”.
A ideia é que a influência do Comitê na produção da soja atinja pelo menos 10% dos sojicultores brasileiros e que estes coloquem em prática tecnologias descobertas ou sugeridas por pesquisas da entidade. Mas, para aumentar ainda mais a efetividade das suas ações, o CESB focará em dois pilares estratégicos: 1) Pesquisa, Desenvolvimento e 2) Transferência tecnológica.
Na segunda palestra, o produtor rural, diretor técnico das Sementes Mutuca e ganhador do Desafio de Máxima Produtividade do CESB, Ivo Frare, falou sobre as técnicas de produção utilizadas em suas propriedades para se tornar um grande campeão em produtividade da soja. “A lavoura precisa ser vista como um laboratório pelo produtor rural”, destacou.
Para o responsável pela Fazenda Mutuca (PR), que alcançou 103,11 sacas por hectare, não há uma receita exata para o sucesso. “Os resultados dependem de cada talhão e de cada época. O produtor precisa apostar no planejamento, saber qual clima enfrentará e investir em sementes de alta qualidade fisiológica e sanitária”, detalhou Frare.
Ainda, segundo ele, o fator número um para a alta produtividade é o arranjo populacional de plantas por hectare. “O espaçamento entre linhas tem um impacto grande no resultado final. É necessário fazer muitas análises. Nós identificamos que reduzir o espaçamento entre as linhas de plantio garantiu maior produção em mais de 80% dos casos”. Na Fazenda Mutuca, na área de 7,6 hectares inscrita no Desafio, o plantio foi feito com 40 centímetros entre linhas.


 

Fonte: Assessoria

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