Em Itaporã, a 231 km de Campo Grande, seis em cada dez crianças de até 3 anos de idade estão fora das salas de aula por falta de vagas. O município na região sul de Mato Grosso do Sul tem 22,8 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apenas uma creche com 200 vagas. A outra unidade, no Jardim Santa Terra, está em construção há quase sete anos. As obras foram retomadas recentemente.

Em 2014, a obra da creche estava parada. Com isso, a estrutura começou a apresentar problemas e até materiais foram roubados, como portas e canos. Segundo um relatório feito pelo Ministério da Educação, 52% do projeto tinha sido entregue na época, mas, dois anos depois pouca coisa mudou no local.

Os muros foram rebocados, o pátio está coberto e a caixa d'água foi instalada. A construção voltou a ser feita em janeiro de 2015, mas a obra está em ritmo lento. Depois da conclusão, prevista para maio, a creche deve atender 240 crianças em dois turnos a partir do segundo semestre.

Atualmente, a cidade tem apenas o Centro de Educação Infantil Sônia Paiva, que oferece 200 vagas para crianças até 3 anos. A prefeitura de Itaporã não informou o déficit total de vagas no município.

O promotor de Justiça Magno Oliveira João, investiga eventuais irregularidades na obra. Ele não quis dar detalhes sobre o caso e disse que fala somente depois do encerramento dos trabalhos. Ainda segundo ele, não há um prazo definido para a conclusão do inquérito.

Dinheiro bloqueado
A obra da creche ficou parada por anos porque o município não conseguiu terminar dentro do prazo previsto. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) liberou R$ 1,216 mi para a construção da creche.

O dinheiro foi depositado para Itaporã em 2009 e, como a construção não foi terminada até outubro de 2012, o FNDE bloqueou o município e informou que, enquanto a obra não for finalizada, a cidade não receberá nenhum outro recurso.

O bloqueio começou a causar transtornos para a cidade, já que algumas obras foram barradas pelo Ministério da Educação, segundo o coordenador de esportes, Dione Lima.

Segundo a atual administração, o valor que constava na conta do município referente à creche era de R$ 159 mil, o restante, pouco mais de R$ 1 milhão, já tinha sido investido na construção. O FNDE continua bloqueando o valor na conta da prefeitura, por isso, o município tem investido recursos próprios para concluir a obra, usando R$ 55 mil.

Na época em que as obras começaram, Marcos Pacco era o prefeito de Itaporã. Ele diz que a segunda parcela do FNDE demorou 25 meses para chegar.

Marcos Pacco afirma que quando deixou a gestão do município o cofre público estava com R$ 193 mil na conta da creche. Ainda segundo ele, a empreiteira responsável pelo serviço queria continuar a obra, mas, não foi atendida pela atual administração.

 

Fonte: Do G1 MS com informações da TV Morena