Em reunião de 6 horas, Unicamp não convence alunos a desocupar reitoria

12/10/2013 10:32 Educação

Terminou sem uma definição a reunião entre a Unicamp e estudantes que pretendia por fim à ocupação do prédio da reitoria da universidade que completou oito dias nesta sexta-feira. O encontro, que durou cerca de seis horas, começou antes das 11h em um "campo neutro" - uma das salas da Faculdade de Engenharia Mecânica - e juntou diretores de institutos da universidade, um pró-reitor de pós-graduação, uma professora e alunos representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Centros Acadêmicos.

Segundo a integrante do DCE Carolina Filho, os estudantes vão continuar na reitoria neste final de semana e uma assembleia será convocada para segunda ou terça-feira, quando serão apreciadas as deliberações apresentadas no encontro. Um dos principais pontos é que a Unicamp se comprometeu a não recorrer à Policia Militar para a realização de rondas ostensivas,revistas pessoais, intervenções no movimento sindical e estudantil dentro dos campis.

Essa foi a terceira tentativa de acordo entre as partes desde a invasão da reitoria na noite de 3 de outubro, que começou como um protesto pelo anúncio da intenção de colocar a PM no patrulhamento dentro da instituição. Desde aquela data, cerca de 100 estudantes se revezam dentro do prédio. Paredes foram pichadas, vidraças e portas destruídas para o acesso do grupo.

Além de exigir que não haja a presença PM, os estudantes negociam a não punição dos invasores, assim como a não criminalização dos organizadores da festa na praça do Ciclo Básico, em 21 de setembro. Na ocasião, cerca de 3 mil pessoas marcaram presença e houve uma briga que causou a morte do estudante Denis Casagrande, 21 anos. O rapaz foi espancado e esfaqueado e não resistiu aos ferimentos.

O caso foi apurado pela Policia Civil, que indiciou cinco pessoas que não são alunos da universidade. Maria Teresa Peregrino, Anderson Mamede e Andre Ricardo Motta cumprem prisão preventiva e dois menores de idade foram colocados à disposição da Vara da Infância e Juventude.

Por outro lado, a Unicamp reclama que o prédio foi vandalizado, documentos pessoais - como passaporte e diplomas de professores e estudantes - estão retidos com os manifestantes. A Unicamp também quer instalar duas sindicâncias: uma para apurar a destruição na suas salas administrativas e outra que quer apontar os organizadores da festa nos campi de Campinas, Piracicaba, Limeira e Paulínia.

O DCE se dispõe a cobrir os prejuízos causados na reitoria e cobra atividades extras, como festas e encontros recreativos dentro da universidade. Propõe também concurso público para a contratação de vigias e seguranças ao invés de soldados da Policia Militar.

Fonte: Terra

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