O Brasil no topo do mundo da matemática
“Imagine seu time passando da segunda para a primeira divisão em um campeonato mundial de futebol. É motivo de comemoração para todos os torcedores”. Assim o diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Marcelo Viana, definiu o ingresso do Brasil no Grupo 5 da União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês), o mais alto patamar em nível de pesquisas e conhecimento matemático. A “promoção” coloca o país entre os melhores, como Alemanha, Estados Unidos, China e Japão, justo no ano em que recebe o Congresso Mundial da Matemática, a se realizar no Rio de Janeiro em agosto próximo.
O Brasil é membro da IMU desde 1954, quando ingressou no Grupo 1, a categoria mais baixa da instituição. Chegou ao Grupo 4 em 2005 e levou treze anos para alcançar o topo. “Com a promoção, teremos mais influência no cenário internacional, inclusive para decidir onde serão investidos os recursos público”, explicou Marcelo Viana a VEJA. “Também nos ajuda a perder o complexo de vira-latas. Nossos estudantes começam a perceber que o Brasil é um excelente lugar para estudar matemática”, comemora Viana, ressaltando que o ingresso no Grupo 5 da IMU leva em conta a capacidade de colaboração internacional do país, a qualidade das pós-graduações e a influência da pesquisa de ponta, medida em publicações – hoje, os artigos científicos brasileiros na área representam 2,35% da produção mundial, o dobro de dez anos atrás. O sucesso da Olimpíada Brasileira de Matemática, a maior competição escolar do mundo, também ajudou na nomeação.
O anúncio aconteceu hoje, no Rio, e contou com a presença da secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães. “O trabalho do Impa e da SBM faz com que os brasileiros parem de ver a matemática como o bicho-papão da escola. Ainda há muito a ser feito, mas este é um passo importante para o desenvolvimento da educação brasileira nesta área”, ressaltou Maria Helena. Também estavam presentes o presidente da Sociedade Brasileira de Matemática, Paulo Piccione, e do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Santa Fé Zacarias.
Fonte: Maria Clara Vieira / Veja
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