Pesquisa realizada pelo DataSenado mostrou que 78,1% dos brasileiros apoiam a ideia de tornar a educação básica — que inclui a educação infantil, o ensino fundamental e o médio — responsabilidade exclusiva do governo federal.

A proposta, defendida por Cristovam Buarque (PDT-DF), foi rejeitada por apenas 19,1% das pessoas ouvidas no Distrito Federal e nos 26 estados, entre 18 e 30 de setembro. Os 2,8% restantes não souberam ou não quiseram responder.

Em discurso anteontem, Cristovam ressaltou que esse foi o caminho percorrido pela maioria das nações do mundo que conseguiram elevar a educação básica a padrões aceitáveis de qualidade.

Pela mesma razão, o senador ­sugere que o governo transforme o Ministério da Educação em Ministério da Educação de Base, transferindo o ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia, conforme projeto que apresentou, aprovado também anteontem pela Comissão de Educação.

Criança é coisa de prefeito. Para o governo federal, peixe é que é importante. Aí tem um ministério para cuidar dos peixes.

Nós temos, na área de economia, pelo menos uns dez ministérios. Para a educação, apenas um.

Na maior parte dos países onde deu certo a educação de base, havia um ministro responsável por olhar, cuidar, influir na educação de base. Onde não teve isso, não deu certo. Por isso, a minha proposta — argumentou.

A pesquisa do DataSenado, que ouviu 811 pessoas por telefone, mostrou outros ângulos relacionados à questão educacional: a maioria dos entrevistados é favorável à priorização dos investimentos no ensino fundamental. Para 65,2% deles, é aí que deve ser aplicado mais dinheiro público.

Também apoiam a unificação nacional dos salários dos professores da educação básica (83%) e um concurso nacional para contratar professores da educação básica (87,9%).

Quanto à qualidade, a educação básica foi mal avaliada: só 9% dos entrevistados a consideram “boa” ou “ótima”.

Fonte: Jornal do Senado