Programa do Governo ensina alunos a administrarem melhor o dinheiro

07/01/2014 19:17 Educação
Quem poupa, consegue realizar sonhos, diz especialista da FGV. (Foto: Divulgação/Equipe H+)
Quem poupa, consegue realizar sonhos, diz especialista da FGV. (Foto: Divulgação/Equipe H+)

Se dinheiro traz ou não felicidade, não sabemos, mas, é importante aprender a lidar com as próprias finanças desde cedo. Além das noções que os próprios pais podem ensinar em casa, o Governo Federal criou em 2010 o Programa Educação Financeira nas Escolas, a primeira ação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF).
O programa teve início como projeto-piloto, desenvolvido entre 2010/2011 em 891 escolas (com cerca de 27 mil alunos) do Ensino Médio no Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Metade destas instituições e estudantes integraram o grupo de controle, que não utilizou o material do Programa, mas foi submetido à mesma avaliação.

De acordo com Elvira Cruvinel Ferreira, chefe do Departamento de Educação Financeira do Banco Central, o objetivo do programa é ajudar os alunos a enfrentarem os desafios cotidianos e a realizarem seus sonhos por meio do uso adequado de ferramentas financeiras, contribuindo, assim, para um futuro melhor não somente para si próprios, como também para o país.

“A ENEF foi criada a partir de pesquisas e debates realizados, desde 2007, pelo Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (COREMEC). O grupo pensou em procedimentos para ampliar a capacidade do brasileiro em relação à administração do seu dinheiro. Por meio da educação financeira, o consumidor poderá desenvolver habilidades e segurança para se tornar mais preparado para identificar oportunidades e riscos”, explica Elvira.

O programa, que foi desenvolvido seguindo as orientações e com participação direta do Ministério da Educação (MEC), conta com material didático, composto pelo Livro do Aluno, Caderno de Exercícios e Livro do Professor. O Livro do Aluno é composto por diversas situações didáticas que contextualizam os conceitos de educação financeira, tratando de consumo, poupança, investimento, e buscando identificar a presença do sistema financeiro no dia a dia do estudante.

“A contextualização, além de facilitar a compreensão dos conceitos, também fornece dados e condições para que os alunos transformem os conhecimentos em comportamentos financeiros saudáveis, como tomar decisões financeiras bem embasadas, de modo autônomo e socioambientalmente responsáveis, e contribuir para a multiplicação de conhecimentos e de condutas junto a seus familiares, amigos e pessoas da comunidade. A avaliação do Banco Mundial mostrou que os alunos que participaram do programa pouparam mais, reduziram o endividamento nas compras a prazo e passaram a fazer pesquisa de preço antes de comprar”, diz a chefe do departamento.

Segundo avaliação do Banco Mundial, 63 em cada 100 alunos que tiveram aulas de educação financeira poupam pelo menos uma parte da sua renda e 16 em cada 100 fazem uma lista das despesas mensais.

Para Ricardo Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas, a iniciativa de oferecer educação financeira nas escolas é importante porque nem sempre os jovens recebem orientação das famílias. “A educação financeira deveria começar em casa, mas a sociedade brasileira ainda não tem essa cultura, por isso, acho válida a iniciativa do programa. Quem poupa, realiza sonhos. É fundamental que os jovens aprendam isso”, ressalta o especialista.

Por conta dos resultados positivos, a ideia é ampliar o Programa Educação Financeira nas Escolas. Em 2013, não houve atividades, pois o foco estava no planejamento e na captação de recursos. Em 2014, entretanto, 2.974 escolas poderão receber os livros caso optem por oferecer educação econômica no Ensino Médio. Os professores dessas instituições também poderão ter acesso a formação presencial e à distância.

Há, ainda, a previsão de uma área exclusiva para escolas no site Vida e Dinheiro já neste ano. Os livros e manuais em formato PDF ficariam disponíveis no endereço eletrônico. Já em relação ao Ensino Fundamental, o objetivo é de que, nos próximos anos, os livros entrem em fase de aplicação como projeto piloto. Neste caso, 820 escolas, 7.380 professores e 164 mil alunos seriam envolvidos.

Fonte: Globo Educação

COMENTÁRIOS

Usando sua conta do Facebook para comentar, você estará sujeito aos termos de uso e politicas de privacidade do Facebook. Seu nome no Facebook, Foto e outras informações pessoais que você deixou como públicas, irão aparecer no seu comentário e poderão ser usadas nas plataformas do iFato.