Sem repasse, UFGD completa 10 anos em crise e suspende pagamentos
Reitora Liana Calarge (ao centro, de azul) em foto oficial dos dez anos da UFGD; instituição suspendeu pagamentos.. Divulgação
Maior instituição pública de ensino superior do interior de Mato Grosso do Sul com 39 cursos de graduação, 19 mestrados e oito doutorados, a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) completou ontem dez anos de criação. Entretanto, a data não foi só de comemorações.
A reitora, Liane Maria Calarge, divulgou nota oficial informando que estão suspensos todos os pagamentos em decorrência do atrasado no repasse feito pelo governo federal, afetado pelas medidas de redução de gastos adotados pela equipe da presidente Dilma Rousseff (PT).
Só o essencial – “Foi enviada uma nota aos diretores das unidades acadêmicas suspendendo temporariamente os pagamentos da UFGD até a normalidade dos repasses do governo federal, mantendo somente os pagamentos inerentes ao funcionamento essencial da universidade e a política de assistência estudantil já programada”, afirma o texto assinado pela reitora.
Segundo Liana Calarge, que foi empossada neste mês, normalmente o governo repassa o montante total orçamentário no início do ano, logo após a aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual) no Congresso Nacional. “Neste ano, porém, ainda não foi liberado 28% do custeio (despesas de funcionamento, administrativas, bolsas, etc.) e 75% dos recursos de investimentos (construções, aquisição de equipamentos e livros)”, afirmou.
Repasse menor todo mês – Segundo ela, além do corte o montante que restou não tem sido repassado integralmente pelo Ministério da Educação. “Todo mês tem ficado em atraso de 20 a 30% das despesas liquidadas no Siafi (Sistema Financeiro do Governo Federal, de modo que acumulamos mensalmente contas a pagar desde janeiro de 2015”.
A reitora encerra a nota informando que a administração central da UFGD tem feito “todos os esforços possíveis para encontrar alternativas”, mas considera necessário por parte da comunidade acadêmica compreender e adotar “essa nova realidade”.
Fonte: Helio de Freitas, do Campo Grande News
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