‘Sinto-me como uma adolescente! ’, diz caloura, de 49 anos, da UEMS

25/03/2018 17:33 Educação
Foto: Reprodução
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“Decidi fazer uma faculdade porque estava numa vida meio que sem perspectiva alguma. Fazer um curso universitário para mim está sendo um grande up. Hoje eu me sinto como uma adolescente, porque eu estou cheia de esperança, cheia de vontade. E as vezes, como mulher madura que está buscando melhorar seu pequeno mundo. A minha vida mudou!”, é o que ressalta a caloura do curso de bacharelado em Geografia, da UEMS, de Campo Grande, Maria Aparecida Fernandes de Oliveira, de 49 anos e 5 meses.

Essa é a primeira faculdade dela, na adolescência não teve interesse por estudar, se casou aos 24 anos e logo vieram os dois filhos. Depois que eles cresceram ela decidiu fazer o Ensino Médio, trabalhava de empregada doméstica no período da manhã e estudava a tarde, sempre contando com o apoio do marido.

Contudo 14 anos se passaram, em 2016 ela ficou desempregada e a rotina ficou desinteressante. Entretanto depois do nascimento do neto, Arthur Gabriel, que irá completar um ano em maio, a perspectiva mudou.

“Quando meu netinho nasceu foi uma luz na minha vida, quando eu vi o rostinho dele pela primeira vez eu percebi que a minha vida tinha que mudar, porque se não mudasse eu não ia vê-lo crescer. Então decidi fazer uma faculdade! A minha vida era muito vazia, vivia deitada em um sofá assistindo televisão, sem perspectiva”, lembrou.

Ela fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e está amando o curso de Geografia da UEMS. Tem dificuldades financeiras, pois seu marido está com problemas cardíacos e os remédios são caros, mas ela já é outra “Maria”.

“Por dentro eu sou uma outra pessoa, sou uma nova mulher, com os olhos abertos. Em busca de uma nova realidade de vida. Há dois meses minha vida era muito frustrante, hoje estou animada, estou na faculdade, cheia de amigos, o convívio é muito bom, a faculdade em si é muito receptiva, muito calorosa”.

Ela mudou sua visão quanto a Universidade, pois antes achava que no Ensino Superior ninguém a ajudaria. “Os veteranos têm muito respeito pelos acadêmicos mais velhos, são solidários e sempre dispostos a ajudar. Não pensei que seria assim, mas me enganei, é totalmente o contrário.  Os professores também são muito bons e estão sempre dispostos a ajudar”, ressaltou a caloura.

E seu maior sonho é chegar ao dia da formatura, “pegar o meu diploma e depois correr atrás das oportunidades que se abrirão. Assim poder acompanhar o crescimento do meu netinho. Tenho certeza de que ele vai se sentir orgulhoso da vó recebendo o ‘canudo’. Enfim, estou no caminho certo. Obrigada a UEMS por me conceder essa chance, que talvez seria a última!”, disse a acadêmica, que também almeja fazer a licenciatura em Geografia para trabalhar com alunos surdos.

Eduarda Rosa e Emmanuelly Castro

Fonte: Eduarda Rosa / UEMS

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