Alemanha supera Portugal com Goleada
Torcida alemã cresce com goleada do time, cala portugueses e atormenta CR7 na Fonte Nova (Foto: Getty Images).
A batalha de vozes entre alemães e portugueses não durou muito. Esteve parelha por mais de 10 minutos, mas mesmo antes do final do primeiro tempo, os gritos, aplausos e até as vaias saiam todos das mesmas gargantas. Conforme o placar na Arena Fonte Nova se consolidava a favor da Alemanha, apenas os compatriotas da chanceler Angela Merkel, presente no estádio, e os brasileiros que se juntavam a eles na torcida se faziam ouvir. Fosse nas explosões a cada um dos quatro gols marcados sobre o goleiro Rui Patrício ou na perseguição a Cristiano Ronaldo, a goleada nas arquibancadas acompanhava a indicada pelo placar: nesta segunda-feira, só deu Alemanha.
Torcida alemã cresce com goleada do time, cala portugueses e atormenta CR7 na Fonte Nova (Foto: Getty Images)
A festa dos 51.081 presentes começou com o aquecimento dos atletas e ganhou forma com o anúncio das escalações no telão. Em um coro ensaiado, os alemães gritavam e levantavam os braços a cada nova foto que aparecia. Quando os atletas de Portugal passaram a ser listados, o barulho foi crescente até atingir o ápice com a foto do craque. A imagem do sorridente Cristiano Ronaldo fez brasileiros se juntarem aos lusos em uma reverência de arrepiar qualquer adversário. Durante a execução dos hinos dos dois países, mais um momento de emoção. Ambas as torcidas fizeram coro para exaltar o próprio país e aplaudiram com respeito ao término do hino do rival.
Com a bola rolando, o primeiro toque do craque do Real Madrid, de letra, fez os portugueses gritarem olé. A cada arrancada do camisa sete, os suspiros de esperança em uma jogada mágica eram ouvidos e, em seguida, abafados pela frustração. Chute para fora, cabeçada para fora... Todos os lances lusos terminavam com gritos abafados nas gargantas.
Os alemães, aos poucos, foram tornando-se mais sonoros. A medida que sua seleção dominava em campo, os gritos de incentivo correspondiam à altura. A primeira explosão das arquibancadas veio aos 10 minutos, em pênalti convertido por Thomas Müller. Dali em diante, só houve festa para os compatriotas da chanceler Angela Merkel, presente na Tribuna de Honra do estádio. Entre os VIPs que assistiram à partida também estavam o ex-jogador Figo e o astro do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant.
Quando Hummels usou a cabeça para marcar 2 a 0, os portugueses murcharam. A decepção estampada nos rostos era evidente. Eles só romperam o silêncio para xingar Pepe, expulso em lance sem bola ao ameaçar uma agressão a Müller. Depois, voltaram a calar-se. Sentiam que a esperança havia se esvaído. E tiveram certeza quando Müller – ele de novo – ampliou o placar para 3 a 0 ainda antes do intervalo.
Com o domínio do jogo e do sons que se ouviam na Fonte Nova, os alemães foram à forra. Aplaudido pelos lusos no princípio, Cristiano Ronaldo conheceu as vaias dos rivais. Bastava tocar na bola para receber uma dose extra de pressão das arquibancadas até o apito final. A única torcedora de Portugal que encerrou a etapa com motivos para comemorar era, na verdade, mexicana. Lorena Varello, que ganhou a camisa com que o craque se aqueceu, posava sorrindo para fotos e concedia entrevistas.
Torcedora mexicana ganha camisa de Cristiano Ronaldo (Foto: Reprodução SporTV)
Na volta do intervalo, os portugueses seguiram tímidos. Não havia razões para vibrar, só unhas para roer a cada perigosa investida alemã. Os germânicos, aliviados com a grande vantagem, entoaram gritos de guerra e aumentaram a perseguição a Cristiano Ronaldo. A cada jogada do camisa 7, o estádio crescia em vaias. Como se a tragédia não fosse suficiente, Fábio Coentrão deixou o campo lesionado. As expressões portuguesas eram de desolação absoluta, e nem os aplausos dos rivais, em bela demonstração de espírito esportivo, serviu de consolo.
As vozes brasileiras se fizeram ouvir em dois momentos bem distintos. Mostrando que havia um grande número de torcedores verde-amarelos presentes, foi bem claro o canto de “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. O nacionalismo, porém, logo deu lugar à falta de paciência com a arbitragem. Diante da não marcação de um possível pênalti para Portugal, o juiz foi alvo de recados nada educados.
A incredulidade da torcedora portuguesa com a goleada da Alemanha(Foto: Agência AP)
Os portugueses mostraram que sim, ainda estavam no estádio, para reclamar de um pênalti sobre o atacante Eder. Sem serem ouvidos pelo árbitro, abafados pela festa alemã, voltaram a se retrair em suas cadeiras. As expressões de vergonha tornaram-se ainda mais marcadas quando Müller marcou o quarto para a Alemanha, o terceiro dele no jogo. Ao dar lugar a Podolski, foi mais ovacionado do que Cristiano antes de o jogo começar.
Ao defender a cobrança de falta de Cristiano Ronaldo, Neuer completou a festa alemã. Os portugueses, cabisbaixos, deixavam seus lugares rapidamente. Os alemães seguiam firmes, fortes e barulhentos. Após uma estreia convincente, não haveria rouquidão tão cedo que os fizesse parar de gritar.
Fonte: Globo Esporte
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