Depois de perder a perna e temer ficar sozinho, ex-jogador do Itaporã F.C. pensa em ser treinador

27/08/2015 09:13 Esporte
Everton Torres, hoje com 27 anos.. Itaporã Agora
Everton Torres, hoje com 27 anos.. Itaporã Agora

Mais de um ano depois de perder a perna esquerda em acidente automobilístico na BR-163, região de Caarapó, o ex-jogador de futebol Everton Torres, hoje com 27 anos, está recuperado do trauma e planeja voltar a trabalhar, como treinador. Vivendo ao lado da família em Itaporã, ele conta que durante os 27 dias que passou internado no Hospital da Vida, em Dourados, além de ter que se preparar para uma vida de mudanças, teve como maior medo a possibilidade de ser rejeitado pelos “amigos da bola”. “Achava que não fossem me aceitar assim”, afirma.

Everton está de bem com a vida e de olho no futuro ao lado da esposa e do filho. Da manhã daquele dia 08 de julho de 2014 restaram apenas vagas lembranças que, apesar da limitação física que lhe trouxeram, não o incomodam mais. “Trabalhava em um frigorífico em Caarapó e aquele nem era meu dia de turno. Eu fui cobrir um amigo que iria se atrasar. No caminho, de moto, uns 500 metros depois da saída da cidade, só lembro do carro vindo na contramão e daquela luz alta em minha direção”, recorda.

O ex-atleta ficou inconsciente por alguns instantes, mas quando acordou, percebeu que havia perdido a perna esquerda. Naquela hora teve medo de morrer por causa dos ferimentos, mas pior do que isso, temeu que seus amigos, principalmente aqueles que o acompanhavam no futebol, o abandonassem, relata ele.

“Eu ia embora para ver o jogo do Brasil contra a Alemanha, aquele do famoso 7 a 1. Ia fazer churrasco com amigos e assistir a semifinal da Copa do Mundo. Depois da batida, quando estava chegando no hospital, não conseguia pensar em outra coisa a não ser o fato de que não poderia mais jogar bola e que meus amigos iriam se afastar de mim por causa disso. Mas eu estava errado”, relatou.


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Apesar do membro perdido, ele faz o possível para levar uma vida normal por meio de prótese, e sobrevive com dinheiro que acumulou quando jogava como profissional. A presença da família e de amigos foram fundamentais. “Estão todos aqui por perto, sempre me visitando e chamando para participar de churrascos e outras coisas que fazíamos juntos antes do acidente. Esse apoio foi fundamental na minha recuperação”.

A Carreira
Em 2013 Everton foi campeão da Série B do Campeonato Estadual atuando como zagueiro. Apesar de não ter participado dos jogos decisivos da reta final por conta de uma lesão no joelho, esteve presente nas principais partidas da equipe naquela competição. Devido a algumas indefinições contratuais com a diretoria para disputa da primeira divisão no ano seguinte, ele decidiu abandonar o clube e também a carreira. “Parei com o profissional e disse a mim mesmo que só iria participar de campeonatos amadores e jogos com amigos. Tinha que ficar mais com a família”, detalhou.

Antes de chegar ao Ubiratan, ele havia passado por equipes como Ituano (SP), Bragantino (SP), Rio Branco de Americana (SP), Colorado de Caarapó, Urso de Mundo Novo e Novoperário, entre outros desde os tempos de juvenil, a exemplo do PSTC de Londrina (PR). Nascido em Caarapó, foi lá que ele iniciou no mundo do futebol e é para lá que ele deve voltar na próxima fase de sua vida, a de treinador.

“Eu comecei na escolinha do Déda, em Caarapó. Ele que descobriu meus talentos e me indicou para clubes de fora. Sou muito agradecido por tudo o que ele fez e agora ele pode me abrir uma nova oportunidade. Pretendo cursar educação física e assumir o posto de treinador na escolinha do Déda, que foi grande jogador e conhece muito da bola. Esse é meu objetivo”, concluiu Everton.

Fonte: Itaporã Agora

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