Em protesto por salários, jogadores do Itaporã sentam em campo pela Série D
Jogadores do Itaporã sentam-se no gramado do Chavinha como forma de protesto.. Foto: Marcos Ribeiro/TV Morena
Os jogadores do Itaporã sentaram-se no gramado do estádio Chavinha, momentos antes da partida contra o Brasiliense-DF pela Série D do Campeonato Brasileiro, na tarde deste domingo, como forma de protesto pelo atraso de salários no clube. O grupo alega que está há quase dois meses sem receber. Os atletas do Itaporã também usavam fitas pretas na manga da camiseta.
A maioria sentou-se em campo, mas alguns, como o goleiro Roger, se deitaram. O gesto coletivo foi inspirado na atitude do Operário-MT, que na semana passada deitou no gramado para alertar sobre as condições vividas pelos atletas do Barueri, também na quarta divisão nacional. Os jogadores do time paulista não recebiam direitos de imagem há quatro meses e salários há dois.
Em entrevista às rádios locais no intervalo do confronto, o atacante Tiaguinho se emocionou ao falar sobre o protesto.
- Aqui é um grupo de guerreiros, uma família que não deixou o Itaporã na mão em nenhum momento. Mas se não aparecer patrocínio, a partir de segunda-feira não vai mais existir esse time do Itaporã. Tem muitos pais de família aqui, precisando mandar dinheiro para casa.
O protesto não provocou atrasos no início do jogo. Os times empataram sem gols, e o resultado deixa o representante de Mato Grosso do Sul na terceira posição do Grupo 5 com sete pontos, atrás do Estrela do Norte-ES. O Brasiliense segue invicto na liderança com 11 pontos.
A falta de pagamento de salários veio à tona na última quarta-feira, quando o elenco do Itaporã se recusou a treinar no período da manhã. À tarde, após reunião com o empresário Daniel Medeiros, diretor da empresa que cedeu jogadores ao clube por meio de uma parceria, o grupo se comprometeu a entrar em campo mas ameaçou deixar o Itaporã caso a situação não seja resolvida na semana seguinte.
A debandada do Itaporã parece já ter começado: no banco de reservas, havia apenas cinco jogadores e o técnico Denilson Rafaine.
Problemas financeiros recorrentes
Logo na estreia da Série D, contra a Anapolina-GO, o Itaporã dava sinais de que teria problemas sérios com a falta de dinheiro. O clube não pagou R$ 7,9 mil de taxas de arbitragem e acabou sendo advertido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Quitou a dívida, mas já no segundo jogo como mandante repetiu a inadimplência e deixou de pagar R$ 4,2 mil de taxas de arbitragem na vitória sobre o Estrela do Norte-ES.
O Itaporã herdou a vaga na Série D do Brasileirão depois que Cene e Naviraiense, respectivamente campeão e vice estaduais de 2013, abriram mão da disputa. Apesar de ter sido rebaixado na Série A estadual este ano, o Itaporã foi convocado por ter sido o terceiro colocado na edição do ano passado, conforme prevê o regulamento do Campeonato Sul-Mato-Grossense.
Por ter aceitado entrar na disputa faltando menos de um mês para o seu início, em 20 de julho, o Itaporã precisou correr para montar uma equipe. A diretoria do clube formou parceria com uma empresa que cedeu vários jogadores, além do treinador Denilson Rafaine e de membros da comissão técnica.
Fonte: Globo Esporte
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