Embalado, Jadson vê sequência de títulos mundiais do Brasil após Medina
Jadson André leva banho de champanhe após título no WQS de Cascais, em Portugal. (Foto: Bruno G. Camargo)
Garantido na elite do Circuito Mundial de Surfe em 2015, por estar no top 22 do mundo (20º lugar), Jadson André vive grande fase na carreira. Aos 24 anos, o "potiguar voador", como é conhecido, foi vice-campeão da última etapa do WCT, em Hossegor, na França, e ainda faturou o bicampeonato do WQS Prime de Cascais (divisão de acesso), em Portugal, na última semana, mesmo sem surfar com suas pranchas. Por conta de uma falha no envio do equipamento, ele improvisou e contou com a ajuda de um de seus patrocinadores, que demorou apenas 10 horas para fabricar duas, enquanto o tempo de confecção pode chegar até um mês. Na etapa portuguesa do WCT, em Peniche, que pode definir Gabriel Medina como o primeiro brasileiro campeão mundial da história, Jadson estreou com vitória sobre o havaiano John John Florence e o americano Brett Simpson, avançando direto para a terceira fase. Quem também passou direto foi o fenômeno de Maresias, além de Miguel Pupo e Adriano de Souza, o Mineirinho. Confiante, Jadson acredita que Medina pode faturar o primeiro de uma sequência de títulos mundiais para o país.
- O Brasil tem tudo para emendar uma sequência de títulos mundiais. Não será fácil. O Gabriel pode ganhar agora em Portugal, mas ele ainda é muito novo. É uma criança, que já mostra que tem totais condições de se tornar o primeiro campeão mundial brasileiro. E mesmo se der uma zebra muito grande, ele faz isso no ano que vem ou depois. Outro atleta que eu vejo com potencial daqui a uns dois, três anos, é o Filipinho (Filipe Toledo), outra criança. Não foi muito constante este ano, mas vai trabalhar até lá e, quando estiver preparado, vai ficar difícil de superá-lo. Temos também o Ítalo (Ferreira), o Miguel (Pupo) e muitos outros brasileiros que podem conseguir. O meu maior objetivo no surfe é ser campeão mundial. E o meu próximo ano no WCT já está garantido - disse Jadson.
O potiguar voador se considera um "abençoado". Aos 14 anos, deixou a pequena vila de Ponta Negra, em Natal, para viver no Guarujá, no litoral paulista, e se dedicar ao esporte. Sofreu no início com a distância da família, mas nunca se arrependeu de nenhuma decisão em sua carreira e nem sofreu para conseguir patrocínios. Jadson elogiou a estrutura do surfe brasileiro na atualidade e destacou que este é o melhor momento do esporte.
- O surfe brasileiro está passando pelo seu melhor momento na história em todos os aspectos. O Gabriel tem totais chances de ser o primeiro campeão mundial, eu fiz dois resultados incríveis na "perna europeia". De dez vagas para o WCT do ano que vem, metade é de brasileiros. A galera da geração passada também tinha talentos, mas a estrutura que temos hoje faz a grande diferença. Estou feliz pelo meu ano e vou continuar focado. O evento da França foi importante porque eu passei daquela barreira da terceira fase. Sentia que estava surfando bem, mas não passava. Consegui isso contra o Joel Parkinson e fiz final contra o John John. Gostaria de enfrentá-lo novamente na decisão aqui em Peniche e pagar na mesma moeda - revelou o atleta, que gosta de jogar pôquer e futebol nas horas vagas.
Campeão da etapa do WCT em Imbituba (SC) vencendo Kelly Slater na final, há quatro anos, Jadson prometeu que dará uma "forcinha" ao amigo Gabriel se enfrentar a lenda na praia de Supertubos. O americano é o principal rival do brasileiro na briga pelo título mundial.
- Se eu cair na bateria com o Kelly, vou dar o máximo de mim para tirar ele. Não só pelo fato de ajudar o Gabriel, mas por mim. A pressão pelo título mundial agora está com eles, o Gabriel já fez tudo e só depende dele para ganhar - acrescentou.
Com o título em Cascais, Jadson somou 6.500 pontos no WQS e assumiu a liderança no ranking de acesso. Como o potiguar subiu do 29º para o 20º lugar no WCT, tornou-se um dos três surfistas que dispensam a vaga para o ano que vem pelo qualificatório. Os outros são os também brasileiros Filipe Toledo (4º) e Adriano de Souza (5º). A vitória do potiguar foi a quarta do Brasil nas cinco etapas do Prime 2014 completadas em Portugal. A próxima contará 6.500 pontos para o ranking é a de Maresias, em São Sebastião (SP), de 3 a 9 de novembro.
Os surfistas brasileiros dominam o ranking de acesso para o WCT de 2015, ocupando metade das vagas no G10, sem contar com os três do top 22 que dispensam a classificação. Campeão do Prime de Saquarema (RJ), Wiggolly Dantas está na terceira posição do ranking e é um dos confirmados para a Worlf Surfing League (WSL) no ano que vem. O paulista Jessé Mendes, por sua vez, é o oitavo, seguido pelos catarinenses Tomas Hermes, em nono, e Willian Cardoso, em 11º. Quinto em Cascais, o potiguar Italo Ferreira saltou da 22ª para a 12ª posição, mas já havia garantido sua entrada entre os 10.
A etapa de Peniche, penúltima do ano do WCT, começou nesta terça-feira em Portugal. A quarta-feira foi de folga para os surfistas, e a próxima chamada está prevista para a madrugada desta quinta, às 3h30 (de Brasília), com a 2ª rodada. Raoni Monteiro e Alejo Muniz são os brasileiros em ação na repescagem.
O QUE MEDINA PRECISA FAZER PARA SER CAMPEÃO MUNDIAL
- Vencer a etapa independentemente de outros resultados;
- Ser finalista, desde que Kelly Slater não vença a etapa;
- Perder na semifinal, e Kelly Slater ou Mick Fanning não vencerem a etapa;
- Cair nas quartas de final, Kelly Slater não chegar à final, e Mick Fanning não vencer a etapa;
- Se for eliminado na quinta rodada, Kelly Slater não passar das quartas de final, Mick Fanning não ser finalista, e Joel Parkinson ou John John Florence não vencer a etapa.
Fonte: Globo Esporte
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