Felipão parte para o ataque, detona críticos e volta a provocar Van Gaal
Após eliminar o Chile no Mineirão, Luiz Felipe Scolari afirmou que o Brasil estava sendo "cordial demais" e prometeu retomar seu estilo "mais agressivo". Pois na véspera das quartas de final, contra o Colômbia, Felipão foi para o ataque em entrevista coletiva na Arena Castelão, em Fortaleza, nesta quinta-feira.
As respostas mais duras foram contra os que criticaram o estado de nervos da seleção brasileira, e também contra os que questionaram uma conversa reservada do treinador com seis jornalistas - a quem Felipão chamou de "meus amigos" - durante a semana em Teresópolis.
- Vocês estão errados nas interpretações. Parem de achar que [Regina Brandão, psicóloga], só vai lá em determinada hora. Nós vamos passar, e ela vai lá de novo, no domingo ou na segunda. Está tudo planejado. Eu vejo que escrevem maldades, que alguns colegas psicólogos se aproveitam da situação.
O técnico ironizou os outros jornalistas que não foram convidados por ele para uma conversa privada na Granja Comary no início da semana.
Não tenho como descer para conversar com todo mundo. Tem alguns que são mais meus amigos, gosto mais, e vou fazer isso, como fazia em 2002 no Japão, sentava com 7, 8 ou 10 e conversava. Quem não foi convidado é porque quem sabe eu não goste tanto ou porque eu não queria conversar. Não pode existir ciúme de homem, pelo amor de Deus, é brabo!
Em outro momento, Felipão afirmou que "adorou" a conversa e que gostaria de repetir a experiência depois que eliminar a Colômbia nas quartas de final - mas agora com jornalistas mulheres.
- No sábado ou no domingo estão convidadas, vão sentar comigo e dizer a perspectiva das mulheres. Sempre fiz isso. Eu vou fazer as coisas do meu jeito. Não gostou? Vai para o inferno.
O técnico da Seleção Brasileira voltou a cutucar seu colega da Holanda, Louis Van Gaal, que na primeira fase havia afirmado que o Brasil "podia escolher o rival" das oitavas de final. Numa longa resposta sobre os jogos equilibrados da Copa, Felipão disparou:
- Cinco das oitavas de final terminaram na prorrogação ou nos pênaltis. E um deles não foi porque o time dele, do senhor que disse ter um complô para o Brasil, foi ajudado - afirmou.
Era uma clara referência ao pênalti marcado sobre Robben na partida entre México e Holanda, que venceu por 2 a 1 graças a este gol, convertido nos instantes finais da partida.
Sobrou até uma farpa para Mano Menezes, seu antecessor no cargo de técnico da seleção brasileira.
- O Thiago Silva falou para mim; "O jogo que nós empatamos, lá nos Estados Unidos…". Mas eu não joguei contra esse time! Não era eu o técnico! Lá foi 1 a 1. Eu não era o técnico, o que posso falar por mim é que gosto de ver a Colômbia, qualidade técnica, nada diferente do meu time.
Momentos mais tarde, questionado se o Brasil mantinha a condição de favorito levantada pelo coordenador técnico Carlos Alberto Parreira antes da Copa, foi enfático:
- Continua (com a mão na taça). Os jogadores continuam com o mesmo discurso. O Parreira foi muito feliz naquelas declarações e segue tudo igual. Estamos no quinto passo. São sete. Conversei com o Paulinho, e ele me garantiu que não tem problema nenhum com pressão. Eles estão acostumados.
Praticamente todas as perguntas feitas foram interrompidas antes de serem concluídas. O treinador voltou a rebateu informações do encontro com jornalistas na Granja. Na ocasião, foi revelado o desejo do treinador de trocar um dos 23 convocados. Felipão tentou contextualizar:
- Não disse que, se pudesse, trocaria um dos 23 convocados. O que eu disse é que, neste momento, se eu pudesse acrescentar um jogador com características para mudar o time, eu faria. Se você perguntar, todos os técnicos da Copa gostariam de fazer essa mudança. Mas porque seria no quinto jogo. Se fosse no primeiro jogo não haveria esse desejo de mudança. E claro que para acrescentar uma peça eu teria que tirar outra.
Fonte: Globo Esporte
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