''Fui irresponsável'', diz presidente sobre crise financeira no Itaporã
Jogadores do Itaporã sentam-se no gramado do Chavinha como forma de protesto (Foto: Marcos Ribeiro/TV Morena).
Se dentro de campo o Itaporã tem feito boa campanha na Série D do Brasileirão, fora dele o clube está abalado por uma crise. Em sérias dificuldades financeiras e sem pagar jogadores há quase dois meses, o representante de Mato Grosso do Sul corre o risco de abandonar a competição. O presidente do Itaporã, Dione da Silva Lima, assumiu a culpa pela situação e prometeu mais empenho para resolver os problemas extracampo.
- Não adianta agora eu querer me esconder ou me posicionar de vítima porque não vai mudar situação nenhuma. Precisamos criar uma maneira de resolver a situação. O que me coloco hoje é que fui muito irresponsável, porque sabia desde o início da dificuldade que é o futebol de Mato Grosso do Sul e acabei aceitando uma situação dessas - disse em entrevista à rádio AM Capital.
Dione reconheceu que o torcedor poderia contribuir mais indo às arquibancadas e apoiando a equipe, mas lamentou que o clube tenha perdido prestígio este ano caindo para a Série B do campeonato estadual. O presidente também procurou isentar atletas e comissão técnica de qualquer culpa na crise. Domingo passado, contra o Brasiliense-DF, os jogadores protestaram pelo atraso no pagamento.
- A palavra final é sempre do presidente. Então se existe o maior culpado e responsável pelo problema que foi criado sou eu. Então tenho que buscar forma de resolver. Nós sabíamos desde o início que não tínhamos condições financeiras de participar, que nós não tínhamos condições de tocar esse projeto - afirmou.
O presidente do Itaporã afirmou ainda que, na próxima temporada, pretende desativar o departamento de futebol profissional e manter apenas as categorias de base em funcionamento. O clube foi rebaixado para a Série B do Campeonato Sul-Mato-Grossense em 2015.
Problemas financeiros recorrentes
Logo na estreia da Série D, contra a Anapolina-GO, o Itaporã dava sinais de que teria problemas sérios com a falta de dinheiro. O clube não pagou R$ 7,9 mil de taxas de arbitragem e acabou sendo advertido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Quitou a dívida, mas já no segundo jogo como mandante repetiu a inadimplência e deixou de pagar R$ 4,2 mil de taxas de arbitragem na vitória sobre o Estrela do Norte-ES.
O Itaporã herdou a vaga na Série D do Brasileirão depois que Cene e Naviraiense, respectivamente campeão e vice estaduais de 2013, abriram mão da disputa. Apesar de ter sido rebaixado na Série A estadual este ano, o Itaporã foi convocado por ter sido o terceiro colocado na edição do ano passado, conforme prevê o regulamento do Campeonato Sul-Mato-Grossense.
Por ter aceitado entrar na disputa faltando menos de um mês para o seu início, em 20 de julho, o Itaporã precisou correr para montar uma equipe. A diretoria do clube formou parceria com uma empresa que cedeu vários jogadores, além do treinador Denilson Rafaine e de membros da comissão técnica.
Fonte: G1 MS
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