Clubes "sonham" com calendário ao longo do ano, mas falta dinheiro

Novo e Corumbaense são os únicos clubes do Estado que continuam com calendário ativo
17/04/2018 16:40 Futebol
Operário e Corumbaense decidiram o título do Estadual deste ano (Foto: Saul Schramm)
Operário e Corumbaense decidiram o título do Estadual deste ano (Foto: Saul Schramm)

O Campeonato Estadual chegou ao fim e para a maior parte dos clubes a temporada 2018 também está encerrada. Somente Novo e Corumbaense continuam suas atividades visando o Campeonato Brasileiro da Série D, que começa já no próximo fim de semana.

Os clubes sul-mato-grossenses sonham com a possibilidade de continuarem na ativa no segundo semestre, porém a realidade é outra. A dificuldade financeira, que já é constatada nos primeiros meses do ano, impede que consigam manter jogadores e comissão técnica. Diante disso, não há possibilidade de entrar em campo mais neste ano.

O Operário, por exemplo, que consagrou-se campeão neste ano, agora só retorna a campo em 2019. E terá calendário apertado: além do Estadual, disputará no primeiro semestre a Copa Verde e a Copa do Brasil. O presidente do clube, Estevão Petrallas, diz que os clubes pedem para uma competição envolvendo outros estados. “Os clubes estão querendo isso, é uma discussão que precisa ser feita. Sempre fui contra aos campeonatos que terminam logo, o futebol profissional precisa ser visto de outra forma”, diz.

“Seria interessante um calendário no segundo semestre, dispensar os jogadores por 30, 40 dias [após o Estadual]. Não temos a influência das Série A e B aqui”, diz o presidente do Galo. Ele acredita que levar o torcedor para o estádio será um novo desafio.

Atualmente presidente do Novo, único clube da Capital em atividade, Américo Ferreira considera que a possibilidade de ter um calendário maior precisa ser discutida. “Os clubes não conseguem enxergar, não olham para o futebol. Cada um olha para o seu. Antes de pensar em uma liga estão pensando no lado político, hoje é muito difícil. O que falta é entendimento”, reclama.

A diretoria do Comercial dispensou seus jogadores há quase um mês, logo que foi eliminado do Estadual. O presidente Valter Mangini acredita que é preciso um calendário mais forte e ativo no segundo semestre. “Profissionalmente estamos parados. O clube se dedica hoje ao sub-19, sub-17”, diz o dirigente, reconhecendo que o foco é a preparação para o Estadual sub-19, que dá duas vagas para a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

“Se tivesse uma liga, um campeonato, seria importante. Nós não temos nada, todo mundo desmonta o time”, lamenta. A pré-temporada do clube deve ter início em novembro visando o Estadual de 2019. “Esse ano foram três meses, um período curtíssimo. Oitenta por cento dos clubes ficam sem atividade, acho que precisa ter um calendário para outro campeonato”, completa.

A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), reconhece que não há competição prevista, mas que já houve uma proposta para os clubes e dependendo do interesse deles poderá ser realizada. “Mas o grande é que retorne a Copa Centro-Oeste, com a participação de dois clubes de cada estado”, diz a nota da entidade.

De acordo com a entidade, também “temos o forte desejo de no mês de agosto fazer uma Copa Pantanal MS/MT […] com três equipes de cada estado. Estamos buscando patrocínio para a realização da mesma”, completa.

A federação realizou em 2010 um torneio para movimentar os clubes de Mato Grosso do Sul. Foi criada a Copa MS e contou apenas com as participações de Cene, Maracaju, Corumbaense, Portuguesa e Campo Grande. O título ficou com o Cene e a competição nunca mais se repetiu.

A entidade também costuma deixar para o segundo semestre o Campeonato Estadual da Série B. Também é uma oportunidade de utilizar os jogadores que disputam a Série A do mesmo ano, mantendo-os em atividade. Conforme a FFMS, deve ser realizada entre 18 de agosto e 2 de dezembro.

Mas a cada ano que passa o torneio fica mais distante do torcedor. No ano passado, por exemplo, apenas três clubes participaram: Clube Esportivo Nova Andradina, Misto de Três Lagoas e Operário de Dourados. O Nova Andradina e o Operário conseguiram o acesso para a Série A, mas somente o segundo disputou o torneio, enquanto o primeiro pediu desistência e foi considerado rebaixado – mesmo caso do Naviraiense.

Mesmo com três equipes a competição foi realizada em 40 dias no fim do ano passado. Em 2016, somente quatro clubes disputaram a Série B e o acesso ficou definido em duas semanas de torneio.

Fonte: Gabriel Neris / Campo Grandes News

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