São Paulo supera expulsão, resiste com técnica e empata na Argentina
Rodrigo Caio foi expulso em lance polêmico ainda no primeiro tempo / Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
Foi preciso suar, manter o foco durante 90 minutos, superar uma expulsão questionável e aguentar a pressão de um estádio lotado para que o São Paulo saísse com um empate por 0 a 0 contra o Rosario Central na noite desta quinta-feira. A estreia na Copa Sul-Americana teve todos os elementos que ajudam a criar a mística dos torneios do continente e o Tricolor se mostrou valente e organizado no Gigante de Arroyito.
O técnico Diego Aguirre estreou seu esquema com três zagueiros, mas não teve paz. Precisou trocar Reinaldo por Lucas Fernandes ainda na primeira etapa por lesão do lateral. Liziero passou para a esquerda e Lucas Fernandes entrou. Depois, veio a expulsão de Rodrigo Caio, em lance com Marco Rubén, que revoltou os paulistas.
No segundo tempo, mesmo com um jogador a menos, o São Paulo foi o time que melhor jogou futebol. A trave parou Nenê para assustar os argentinos, que revidavam em cruzamentos afobados para a área - incluindo um gol anulado por falta em Sidão. No fim das contas, e de tanta tensão em Rosário, o Tricolor segurou o empate e agora joga por qualquer vitória no Morumbi, em 9 de maio, para avançar para a segunda fase. Novo empate sem gols levará a decisão para os pênaltis, enquanto empates com gols classificam os argentinos.
A jornada do São Paulo na Argentina foi bastante regular. Não houve, além da breve atuação de Reinaldo e da expulsão de Rodrigo, quem estivesse em noite ruim. Mas os símbolos de uma partida segura foram Arboleda, sério, concentrado e impecável na marcação, e Nenê, responsável por manter a posse no ataque e ainda levar perigo ao goleiro Ledesma. Liziero e Militão foram outros destaques.
O volante Louvera poderia ser a arma que faltava ao Rosario para colocar a bola no chão e se aproveitar de um São Paulo com dez jogadores em campo. O problema é que a atuação do argentino foi desastrosa. Passes errados, omissão e marcação ruim no duelo com Nenê. Pelo lado tricolor, Reinaldo teve início de jogo ruim e ainda saiu machucado antes dos 20 minutos do primeiro tempo.
A noite de questionamos à arbitragem de Victor Hugo Carrillo começou com indignação do Rosario. Em cobrança de falta na área do São Paulo, a bola espirrou, quicou no gramado e subiu no braço esquerdo de Rodrigo Caio. Os argentinos reclamaram desesperadamente por pênalti, mas o árbitro ignorou e o próprio Rodrigo afastou o perigo.
No dia 4 de março, Reinaldo fazia boa partida contra o Linense, inclusive marcando um golaço, quando sofreu pequeno estiramento no músculo adutor esquerdo. Foram quatro partidas de ausência do lateral-esquerdo, que voltou ao time e tinha nova sequência como titular. Até que, na partida desta quinta, mais uma vez Reinaldo sentiu incômodo na região da virilha e precisou ser substituído aos 18 minutos do primeiro tempo. Aguirre lançou Lucas Fernandes e deslocou Liziero para a ala, mantendo o esquema com 3-5-2.
Apesar da mudança, o São Paulo não se perdeu em campo. O que se viu, na verdade, foi uma ascensão dos paulistas no Gigante de Arroyito: cada vez mais posse de bola, mais jogadores no ataque e mais dificuldades para o Rosario marcar. Na melhor das descidas ofensivas, Régis e Militão tabelaram, até Nenê entrar na área pela direita e bater para boa defesa de Ledesma.
O problema é que esse crescimento do Tricolor foi interrompido por um lance que fez a arbitragem voltar ao centro das atenções. Rodrigo Caio subiu na intermediária defensiva para disputar com Marco Rubén e o argentino caiu com ferimento no rosto. Carrillo marcou falta e, ao ver o sangramento do centroavante do Rosario, decidiu expulsar Rodrigo. Os são-paulinos se revoltaram e o preparador físico de Aguirre, Fernando Piñatares, também foi expulso pelo árbitro.
A volta do intervalo mostrou que o clima da etapa final seria difícil de administrar para a arbitragem. Victor Hugo Carrillo entrou em campo escoltado por Aguirre e Petros, reclamando de forma acintosa. Com a bola rolando, os são-paulinos tentavam valorizar cada falta para amarelar os rivais argentinos, que por sua vez se irritavam e discutiam com o árbitro. Empurrões e xingamentos se tornaram frequentes e o Tricolor pareceu entender melhor a mudança de clima.
O Rosario tentava se aproveitar da expulsão de Rodrigo Caio, mas sem nenhum capricho com a bola. As investidas argentinas se resumiam em avanços pelas laterais e cruzamentos desesperados. Assim, Arboleda e Militão se consagravam. E o São Paulo, que podia se intimidar, passou a sair com qualidade para contra-atacar. Nenê chamou a responsabilidade, Liziero e Régis levavam vantagem pelos lados e o placar só não foi aberto porque Ledesma espalmou e contou com a trave para evitar golaço de Nenê.
Aos 27 minutos, a torcida do Rosario Central comemorou gol de seu capitão Marco Rubén. Mas rapidamente o árbitro apontou falta de Zampedri em Sidão, que subia para agarrar cruzamento quando foi empurrado. Os argentinos ameaçaram uma reclamação mais forte, mas logo se contiveram. E Rubén, no minuto seguinte, foi substituído por Herrera - sim, aquele, com passagens por Grêmio, Corinthians e Botafogo.
Local: Gigante de Arroyito, em Rosário, na Argentina
Data/Hora: 12 de abril de 2018, às 21h30
Árbitro: Victor Hugo Carrillo (Peru)
Assistentes: Michael Orué e Stephen Atoche
Cartões amarelos: Carrizo, González, Marco Rubén, Parot e Zampedri (ROS); Régis (SAO)
Cartões vermelhos: Carrizo (ROS); Rodrigo Caio (SAO)
ROSARIO CENTRAL: Ledesma, Gómez, Tobio, Cabezas e Parot; Lovera (Pereyra), González, López, Pissano e Carrizo; Zampedri e Ruben (Herrera). Técnico: Leonardo Fernández.
SÃO PAULO: Sidão, Arboleda, Militão e Rodrigo Caio; Régis (Bruno Alves), Petros, Jucilei, Liziero e Reinaldo (Lucas Fernandes); Nenê e Tréllez (Valdivia). Técnico: Diego Aguirre.
Fonte: UOL
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