‘Agrônomos podem minimizar impactos’ diz presidente do Crea-MS sobre turbidez do Prata

A preocupação é recorrente há anos diante da degradação de matas ciliares e o depósito de sedimentos da lavoura/pecuária nos rios de Jardim e Bonito
08/12/2018 21:40 Meio Ambiente
Presidente do Crea-MS, Dirson Freitag. Foto: Divulgação
Presidente do Crea-MS, Dirson Freitag. Foto: Divulgação

Na última segunda-feira (3) as condições de turbidez do Rio da Prata, que corta os municípios de Bonito e Jardim, foram destaque do Jornal Nacional da Rede Globo. A preocupação é recorrente há anos diante da degradação de matas ciliares e o depósito de sedimentos da lavoura/pecuária no rio durante as enxurradas, o que causa impacto direto na atividade econômica local.

Entretanto, conforme explica o engenheiro agrônomo e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS), Dirson Freitag, é possível conciliar as atividades de ecoturismo e do agronegócio numa mesma região, desde que haja a intervenção do profissional capacitado para minimizar os impactos, já que as chuvas acontecem em situação de imprevisibilidade.

De Fortaleza (CE), o presidente do Crea-MS falou à reportagem do jornal O Pantaneiro sobre o assoreamento do Rio da Prata. Para ele, a participação dos profissionais competentes é extremamente importante e necessária nesse tipo de situação. “Nós temos legislações e sabemos a importância dessas atividades econômicas locais. E nós também nos envolvemos com a construção das políticas públicas no sentido de minimizar ao máximo os impactos no meio ambiente”, considerou Freitag.

Para o presidente do Crea-MS, o volume de chuvas, que não têm previsibilidade é um fator que claramente pode causar danos, seja no âmbito urbano ou rural. “A questão do assoreamento e turbidez da água é consequência de algo que impactou o local. As águas arrastam não só a terra da lavoura, mas também a do terreno baldio da cidade, terra que se acumulou no telhado da casa de moradores, por exemplo, ou seja, impacta todos.”

O engenheiro agrônomo ainda ressalta que, as lavouras têm condições de evitar a situação de erosão. Pontualmente, uma lavoura nova é diferente, necessita de uma homogeneização e nivelamento diferentes, e pode ocorrer a situação do produtor não conseguir colocar uma cobertura verde em tempo hábil. “No caso de chuvas, não há domínio da natureza nessa hora”, explica.

Sobre a atuação do profissional em áreas onde a atividade econômica de maior destaque seja o ecoturismo, Dirson Freitag afirma que, para o Conselho, não há diferenciação. “Enquanto Conselho, nós, profissionais, não diferenciamos a importância do trabalho aplicado, seja no planalto, no Pantanal ou em qualquer região geográfica do estado. O que há é um tratamento diferenciado do solo para cada tipo de bioma, que deve ser levado em consideração, mas há solução para erosões”, analisa.

O presidente do Crea-MS ainda destaca que, apesar de existir a preocupação em áreas ecoturísticas de Mato Grosso do Sul, a atuação do engenheiro agrônomo, com conhecimentos das características do solo, que é mais frágil nesses locais, é fundamental para a aplicação de novas tecnologias de manejo. “Nesse cenário, há perfeitamente condições de desenvolvimento sustentável”, finaliza.

Fonte: O Pantaneiro

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